O Ibovespa começou as negociações desta sexta-feira (26) em alta, com o mercado brasileiro respondendo aos dados que indicam uma desaceleração da inflação e fazendo ajustes em suas estimativas. Além disso, os investidores continuam acompanhando as negociações em torno do teto de dívida dos Estados Unidos e estão atentos à divulgação do índice de inflação utilizado pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.
Por volta das 10h25, o principal índice da Bolsa de Valores avançava 1,28%, aos 110.612,02 pontos. Enquanto isso, o dólar caía 0,40%, negociado a R$ 5,015.
Na quinta-feira (25), o IBGE divulgou que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), considerado uma prévia da inflação oficial, registrou um aumento de 0,51% em maio, em comparação com o aumento de 0,57% no mês anterior. Esse dado ficou abaixo das estimativas dos analistas do mercado financeiro, pois a pesquisa da Reuters com economistas previa um aumento de 0,64% para o período.
Após essa divulgação, a XP reduziu sua projeção de inflação de 6,2% para 5,4% para o ano de 2023 e revisou a projeção para o próximo ano de 5% para 4,7%.
Além disso, os investidores estão repercutindo a iniciativa do governo federal de reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e o PIS (Programa de Integração Social)/Confis (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) para carros com valor de até R$ 120 mil. Essa medida foi acordada em uma reunião no Palácio do Planalto com o setor automotivo e os sindicatos, e poderá resultar em reduções de preços ao consumidor entre 1,5% e 10,96%, dependendo da eficiência energética, valor do veículo e grau de nacionalização da produção.
O objetivo dessa medida é diminuir os preços dos carros no Brasil e reaquecer a indústria automotiva, que atualmente está operando com apenas 50% de sua capacidade instalada, de acordo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio Lima Leite.
Mercado internacional
Os investidores de todo o mundo continuam a acompanhar de perto as negociações em torno do teto da dívida dos Estados Unidos.
Nesta sexta-feira, a Casa Branca e os republicanos do Congresso estão finalizando um acordo que aumentará o limite da dívida do governo dos Estados Unidos de 31,4 trilhões de dólares por dois anos. De acordo com uma autoridade norte-americana, o acordo limita os gastos a todas as áreas, exceto militares e veteranos.
Na quinta-feira, os negociadores do presidente democrata Joe Biden e do presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, pareciam estar perto de um acordo, tendo chegado a um consenso sobre questões-chave, como limites de gastos e financiamento para a receita federal (IRS) e para os militares.
No entanto, questões como requisitos de trabalho para beneficiários de ajuda federal ainda estão atrasando o acordo, de acordo com a autoridade.
O acordo em consideração aumentaria o financiamento para gastos discricionários com militares e veteranos, enquanto manteria os gastos discricionários não relacionados à defesa em níveis similares aos do ano atual, conforme a fonte, que pediu anonimato por não estar autorizada a falar sobre discussões internas.
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Por outro lado, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira que os gastos do consumidor norte-americano aumentaram mais do que o esperado em abril, impulsionando as perspectivas de crescimento econômico para o segundo trimestre. Ao mesmo tempo, a inflação acelerou, o que pode levar o Federal Reserve a manter as taxas de juros elevadas por um período mais longo.
Os gastos do consumidor tiveram um aumento de 0,8% no mês passado. Os dados de março foram revisados para mostrar um aumento de 0,1%, em vez de permanecerem inalterados, como relatado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters previam um aumento de 0,4% nos gastos do consumidor, que representam mais de dois terços da atividade econômica dos EUA.
O índice de inflação PCE (Personal Consumption Expenditure), utilizado pelo Federal Reserve, registrou um aumento de 0,4% em abril, após um aumento de 0,1% em março. Nos últimos 12 meses até abril, o PCE teve um aumento de 4,4%, após ter avançado 4,2% em março. A projeção do mercado era de uma variação de 4,6% nos últimos 12 meses.
Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços PCE subiu 0,4%, após um aumento de 0,3% em março.
O chamado núcleo PCE, que exclui os itens voláteis, registrou um aumento de 4,7% em relação ao ano anterior em abril, após um aumento de 4,6% em março. O Fed acompanha o índice de preços PCE para avaliar sua meta de inflação de 2%.
Confira o comportamento dos principais índices internacionais:
Estados Unidos:
- Dow Jones: -0,11%
- S&P 500:+0,88%
- Nasdaq: +1,71%
Europa:
- FTSE100 (Londres): +0,45%
- DAX (Frankfurt) +0,57%
- CAC 40 (Paris): +0,71%
Ásia:
- Nikkei (Tóquio): +0,37%
- Xangai (China): +0,35%
- Kospi (Coreia): +0,16%
(Com Reuters)