A confiança do consumidor brasileiro subiu em junho para o maior patamar em mais de quatro anos, provavelmente refletindo o arrefecimento da inflação e a expectativa de queda dos juros no futuro, disse a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (26).
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV Ibre avançou 4,1 pontos em junho, para 92,3 pontos, maior nível desde fevereiro de 2019 (94,5).
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A leitura foi resultado tanto da melhora do Índice de Expectativas (IE) –que subiu 3,6 pontos, para 104,0 pontos– quanto do Índice de Situação Atual (ISA) –que ganhou 4,4 pontos, a 75,7 pontos, pico desde março de 2020 (76,1).
“O indicador que mede a intenção de consumo de bens duráveis nos próximos meses foi o principal impulsionador do resultado no mês, sugerindo uma redução do pessimismo na intenção de gastos, frente ao alívio da inflação e a expectativa de queda dos juros no futuro”, disse em nota Anna Carolina Gouveia, economista da FGV Ibre.
No entanto, “ainda é cedo para confirmar uma melhora sustentada da confiança dos consumidores, principalmente porque a situação financeira das famílias ainda registra nível bastante insatisfatório, sendo um dos principais problemas do consumidor o alto endividamento”, alertou Gouveia.
A leitura do ICC veio após uma série de dados mostrando sinais de arrefecimento da inflação no Brasil, além de perspectivas crescentes no boletim Focus, compilado pelo Banco Central, de antecipação do ciclo de corte de juros. A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que tende a restringir o consumo.