Os recentes eventos ocorridos na Rússia, conhecidos como “a revolta do fim de semana” e liderados por Yevgeny Prigozhin, líder da milícia Wagner, contra o comando militar do país, geraram preocupações no mercado financeiro sobre os possíveis impactos nos ativos relacionados ao petróleo, como Petrobras (PETR4;PETR3) e Prio (PRIO3) – antiga PetroRio –, devido à Rússia ser uma das principais nações produtoras de petróleo do mundo.
Apesar da volatilidade observada no setor petrolífero, com a Petrobras apresentando uma alta de 2,25% e a Prio uma queda de 3,06%, especialistas acreditam que o conflito não terá impactos nos ativos, uma vez que já foi resolvido. Além disso, destacam que existem fundamentos estruturais no Brasil que tornam a tese de investimentos nesse setor sólida.
O professor Carlos Honorato, da FIA Business School, explica que as petrolíferas são sensíveis a turbulências internacionais. No entanto, essas empresas adotam mecanismos de proteção, como redes cambiais e financeiras, para se resguardarem das flutuações financeiras decorrentes das oscilações cambiais.
Diante desse contexto, a corretora Warren manteve sua recomendação de compra para a Prio, considerando o baixo custo de extração, a trajetória ascendente de produção e os resultados consistentes da empresa. Além disso, a corretora também manteve sua recomendação de compra para a Petrobras, baseada nos bons resultados alcançados até o momento.
Frederico Nobre, líder da área de análise na Warren, acredita que o setor como um todo apresenta uma perspectiva estrutural promissora no Brasil, com potencial para o país subir da posição de oitavo maior produtor de petróleo para possivelmente chegar ao quinto lugar, aumentando significativamente as exportações líquidas. “O petróleo, após a soja, é o ativo que mais contribui para a balança comercial e tem um impacto relevante no PIB brasileiro”. Nobre projeta que a commodity possa representar mais de 2% do crescimento econômico do Brasil nos próximos anos.
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Apesar do otimismo em relação ao setor, o professor de Finanças da UFRJ, Rodrigo Leite, ressalta a importância da diversificação da carteira de investimentos. Uma medida para isso é montar uma estratégia que possua correlação negativa com o preço do petróleo, oferecendo segurança em relação aos custos futuros.
Para alcançar essa correlação na carteira de investimentos, é necessário selecionar ativos que tenham tendência de se movimentar em direções opostas à valorização do petróleo. Um exemplo é o dólar, que geralmente apresenta uma relação inversa com o preço do petróleo.