O Ibovespa iniciou as negociações do último pregão do mês em alta, impulsionado pela repercussão da decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional) de adotar uma meta de inflação “contínua” a partir de 2025. O colegiado também optou por manter a mesma meta de 3% para 2024 e 2025, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Na abertura, por volta das 10h15, o Ibovespa registrava uma alta de 0,10%, alcançando 118.422 pontos. Enquanto isso, o dólar apresentava uma queda de 0,47%, sendo negociado a R$ 4,82.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que essa mudança na meta alinha o Brasil à maioria dos países que adotam esse regime. Ele ressaltou que os índices de preços no país estão convergindo para a meta de inflação vigente e defendeu que o Banco Central inicie, em agosto, o processo de redução da taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
“Essa decisão mostra de fato para o mercado uma união entre o Banco Central, o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento para manter um equilíbrio macroeconômico para o Brasil. Mostra que as três áreas estão trabalhando de uma maneira correta e para um mesmo caminho. E que as casas estão de acordo com a política que vem sendo adotada pelo Banco Central”, disse Dierson Richetti, sócio da GT Capital.
No cenário interno, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 8,3% nos três meses até maio, conforme as previsões em uma pesquisa da Reuters.
O indicador de inflação, representado pelo índice de preços PCE, continua sendo um elemento de atenção para os investidores, pois influencia as decisões de política monetária do Federal Reserve. No mês de maio, esse índice registrou uma variação mensal abaixo das expectativas.
Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, a inflação nos Estados Unidos aumentou apenas 0,1% em maio, ficando abaixo da expectativa de 0,5% e também abaixo dos 0,4% registrados anteriormente. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação norte-americana teve um avanço de 3,8%, também inferior às expectativas de 4,6% e aos 4,3% observados anteriormente.
Esses números indicam uma menor pressão inflacionária do que o previsto, o que pode ter implicações nas decisões do Federal Reserve em relação às taxas de juros e outras medidas de política monetária.
Mercado internacional
A inflação na zona do euro apresentou uma desaceleração em junho devido à queda no custo do combustível, superando a aceleração dos preços dos serviços. No entanto, esses dados não devem influenciar a decisão do Banco Central Europeu, que indicou um nono aumento consecutivo nas taxas de juros para julho e está planejando outro aumento em setembro.
A inflação nos 20 países que utilizam o euro caiu para 5,5% em junho em relação ao ano anterior, em comparação com 6,1% em maio. Essa foi a sétima queda nos últimos oito meses, sendo a Alemanha o único país a registrar um aumento, de acordo com a estimativa preliminar da Eurostat.
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Por outro lado, a atividade industrial na China contraiu pelo terceiro mês consecutivo em junho, e a fraqueza em outros setores também se intensificou. Isso aumenta a pressão sobre as autoridades para que adotem medidas adicionais de estímulo ao crescimento, à medida que a demanda enfraquece tanto no país quanto no exterior.
Embora a segunda maior economia do mundo tenha crescido mais rápido do que o esperado no primeiro trimestre, impulsionada principalmente pela recuperação do consumo pós-pandemia, as autoridades não conseguiram manter o mesmo ritmo de crescimento no segundo trimestre.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial da indústria subiu para 49,0 em junho, em comparação com 48,8 em maio, o que está em linha com as previsões, mas ainda indica uma contração, já que permanece abaixo da marca de 50 que separa expansão de contração.
Confira os principais índices:
EUA (futuros):
Dow Jones: +0,39%
S&P 500: +0,51%
Nasdaq: +0,83%
Europa:
DAX (Frankfurt): +1,25%
FTSE100 (Londres): +0,84%
CAC 40 (Paris): +1,25%
Ásia:
Nikkei (Tóquio): -0,14%
Kospi (Coreia): +0,56%
Xangai (China): +0,62%
(Com Reuters)