O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) caiu mais do que o esperado em junho e marcou as taxas de deflação mais acentuadas da série histórica tanto na comparação mensal quando no acumulado do último ano.
O IGP-M registrou queda de 1,93% em junho, após baixa de 1,84% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. Com esse resultado, o índice passou a mostrar baixa de 6,86% em 12 meses, marcando deflações recordes na série iniciada em 1989.
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A expectativa em pesquisa da Reuters com analistas era de um recuo de 1,70% em junho frente a maio.
Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços, a leitura do IGP-M deste mês foi resultado da queda dos preços dos combustíveis na refinaria, com o diesel cedendo 13,82% e a gasolina caindo 11,69%.
“Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como: milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%)”, acrescentou ele.
Desta forma, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 2,73% em junho, ante baixa de 2,72% em maio.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no índice geral, passou a recuar 0,25% no mês, deixando para trás a alta de 0,48% de maio.
No âmbito do consumidor, as principais contribuições partiram dos preços da gasolina (-3,00%) e dos automóveis novos (-3,76%), explicou Braz.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), por sua vez, subiu 0,85% em junho, ante 0,40% em maio.
A inflação no Brasil tem mostrado sinais de arrefecimento, de acordo com dados recentes, o que elevou a perspectiva de que o Banco Central começará em breve a cortar a taxa de juros Selic, atualmente em 13,75%.
O IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.