O número de inadimplentes idosos vem crescendo mais rápido do que nas outras faixas etárias. Atualmente, existem 12,7 milhões de brasileiros acima de 60 anos com dívidas pendentes. De acordo com dados divulgados pelo Serasa, a comparação entre abril de 2019 e o mesmo mês de 2023 revela um crescimento de 33,6% dos inadimplentes desta faixa etária.
Os idosos possuem um endividamento médio de R$ 4.360. As dívidas mais comuns são relacionadas a serviços básicos como água, eletricidade e gás. Devido ao fato de os idosos passarem mais tempo em casa, os gastos com energia para manter a residência acabam sendo mais altos em comparação a um trabalhador que passa o dia fora e retorna apenas à noite.
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A situação não é insolúvel. “Independentemente da idade, é possível sair do vermelho e recuperar a saúde financeira. Isso exigirá esforço, dedicação e mudanças no comportamento em relação ao dinheiro. Não é algo fácil”, afirma Mayara Ranni Sekertzis, Head de Fundos e Previdência da Manchester Investimentos. Para isso, a Forbes consultou especialistas e traz cinco sugestões para ajudar a organizar as contas e quitar as dívidas.
Confira cinco estratégias para sair do vermelho
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gustavomellossa/Getty Images 1. Reavalie os gastos
Seja utilizando papel e caneta, planilhas ou aplicativos, o primeiro passo é compreender as fontes de renda e as despesas. Isso inclui identificar os ganhos mensais e dividir as despesas em fixas e supérfluas. Também é importante projetar gastos emergenciais para ter uma ideia realista de quanto é necessário para viver bem, mesmo em um cenário negativo.
Após analisar as contas, é possível identificar áreas onde é possível reduzir custos. Mayara Sekertzis diz que reavaliou os próprios gastos e percebeu que pagava por serviços de streaming e televisão a cabo desnecessários. Cancelou alguns dos serviços, o que resultou em uma economia mensal de R$ 600. “Reavaliar permite entender onde é possível fazer trocas ou cortar certas coisas.”
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Getty Images/Andrzej Rostek 2. Pague as dívidas caras primeiro
Priorize o pagamento de dívidas com juros altos, como cartões de crédito e empréstimos pessoais. Concentre-se em quitar essas dívidas o mais rápido possível e busque negociar melhores condições de pagamento, se necessário.
Rodrigo Correa, estrategista-chefe da Nomos, também sugere considerar a possibilidade de consolidar as dívidas em um empréstimo com juros mais baixos. “Se possível, consolide dívidas caras em dívidas mais baratas, como o empréstimo consignado, por exemplo.”
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sukanya sitthikongsak/Getty Images 3. Mude o padrão de vida
Após o ajuste do orçamento, corte de gastos supérfluos e renegociação da dívida, é importante manter-se dentro do novo orçamento e evitar contrair novos empréstimos.
“É comum que, em alguns casos, os idosos aumentem suas despesas pessoais sob a justificativa de ‘aproveitar a vida’ ou ‘merecer’, mas isso pode levar a um descontrole financeiro que dificultará o pagamento de todas essas despesas ao longo da vida. Manter-se dentro do orçamento é fundamental”, afirma Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios.
Outra mudança que deve ser feita é na carteira de investimentos, caso o idoso possua ativos financeiros. Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, sugere realocar os investimentos em ativos mais conservadores para reduzir o risco da carteira. Segundo ele, o risco pode afetar a rentabilidade a longo prazo, e a previsibilidade de uma carteira mais conservadora é extremamente relevante.
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4. Faça renda extra
Se o idoso estiver aposentado, o tempo pode ser um recurso valioso para gerar renda extra por meio do trabalho. É importante considerar a possibilidade de buscar oportunidades de trabalho temporário, vender itens não utilizados ou oferecer serviços freelance com base em habilidades específicas. A pessoa pode explorar diferentes opções e encontrar maneiras de aproveitar suas habilidades e conhecimentos para ganhar dinheiro extra.
“Importante destacar que o idoso poderia buscar alguma atividade que seja interessante, que o entretenha e que o ajude a envelhecer com saúde. Evitar trabalhos extenuantes ou que coloquem em risco sua saúde deveria ser premissa aqui”, diz Lamounier.
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Tinnakorn-Jorruang_Getyyimages 5. Procure ajuda
Não tenha receio de buscar orientação financeira profissional. Um consultor financeiro pode ajudá-lo a criar um plano de ação personalizado, fornecer estratégias para gerenciar suas dívidas e oferecer conselhos sobre investimentos. Além disso, eles podem auxiliá-lo a compreender melhor seus direitos e benefícios como idoso, incluindo programas de assistência social e cuidados de saúde.
“Lembre-se de que a chave para sair do vermelho financeiro é ter disciplina, paciência e perseverança. Seja realista em suas expectativas e esteja disposto a fazer ajustes em seu estilo de vida para alcançar a estabilidade financeira. Com dedicação e um plano bem elaborado, é possível conquistar uma vida financeira mais saudável”, afirma Correa.
Em segundo lugar, o grupo de pessoas com idades entre 41 e 60 anos registrou um aumento de 14,4% no número de inadimplentes no mesmo período.
1. Reavalie os gastos
Seja utilizando papel e caneta, planilhas ou aplicativos, o primeiro passo é compreender as fontes de renda e as despesas. Isso inclui identificar os ganhos mensais e dividir as despesas em fixas e supérfluas. Também é importante projetar gastos emergenciais para ter uma ideia realista de quanto é necessário para viver bem, mesmo em um cenário negativo.
Após analisar as contas, é possível identificar áreas onde é possível reduzir custos. Mayara Sekertzis diz que reavaliou os próprios gastos e percebeu que pagava por serviços de streaming e televisão a cabo desnecessários. Cancelou alguns dos serviços, o que resultou em uma economia mensal de R$ 600. “Reavaliar permite entender onde é possível fazer trocas ou cortar certas coisas.”