A indústria de máquinas e equipamentos registrou um recuo de 15,6% na receita líquida total de maio em comparação com mesmo período no ano passado, a 24,91 bilhões de reais, segundo dados divulgados pela associação do setor, Abimaq, nesta quarta-feira (28). Ante abril, porém, houve expansão de 10,6%.
Na comparação ano a ano, as vendas no mercado doméstico encolheram 23,2%, enquanto as exportações cresceram 16,1% — considerando a medida em reais. Frente a abril, houve aumento tanto nas vendas internas (+4,1%) quando nas vendas ao exterior (+33,6%).
O consumo aparente de máquinas e equipamentos em maio foi 10,7% menor do que um ano antes, informou a entidade, enquanto o nível de utilização de capacidade instalada atingiu 75%.
De acordo com a Abimaq, o período foi marcado pela queda na aquisição de bens produzidos localmente, enquanto os bens importados registraram crescimento de 2%, considerando dados medidos em reais e deflacionados.
“Vemos um quadro de piora no desempenho, principalmente no mercado doméstico, neste início de ano medido até maio”, disse a diretora-executiva de Economia, Estatística e Competitividade da Abimaq, Cristina Zanella.
Os investimentos na área de infraestrutura, mineração e celulose contribuíram para uma melhor performance no mercado doméstico e na aquisição de componentes para reposição e produção de outros equipamentos, disse ela.
“Todas as variáveis que são mapeadas pela nossa pesquisa registraram crescimento na produção direcionada para o mercado doméstico e de exportação, mas também de máquinas e equipamentos”, afirmou.
A carteira de pedidos da indústria brasileira de máquinas e equipamentos alcançou 10,7 semanas de atividade, uma redução de 6,7% ante o resultado de maio de 2022 e abaixo da média de 2022 — equivalente a 11,4 semanas. O número de pessoas ocupadas no setor ficou estável em maio ano a ano, em 393.286 trabalhadores.
No mês passado, as importações atingiram 2,6 bilhões de dólares, aumento de 4,8% na base anual e de 27% ante abril. Entre as principais origens dos bens importados estão China, com participação de 24,2%, seguida pelos Estados Unidos, com 20,2%, e Alemanha, com 12,8%.
“Tradicionalmente o segundo semestre é um pouco melhor do que o primeiro, esperamos que isto se confirme… mas, dado a atual conjuntura que vemos, o acúmulo de grandes quedas, estamos sendo obrigados a revisar as expectativas para esse ano de 2023”, disse Zanella.