O UBS e o governo suíço concordaram nesta sexta-feira sobre como compartilharão as perdas relacionadas à aquisição emergencial do Credit Suisse pelo banco, abrindo caminho para a conclusão do negócio em poucos dias e criando um banco suíço gigante e um líder global em gestão de patrimônio. O acordo vem com várias condições, incluindo a exigência de que o UBS mantenha sede na Suíça, disse o governo em comunicado.
O contrato de proteção contra perdas (LPA) entrará em vigor com a conclusão da aquisição do Credit Suisse, prevista para 12 de junho, disse o UBS em comunicado separado.
Os 9 bilhões de francos em garantias do governo suíço entrarão em vigor se o UBS incorrer em perdas com a venda de ativos do Credit Suisse além de 5 bilhões que o banco terá que cobrir por conta própria.
O dinheiro do Estado, no entanto, não virá de graça, com o UBS tendo que pagar várias taxas, bem como prêmios por qualquer dinheiro sacado.
O dinheiro foi disponibilizado pelo governo para facilitar a aquisição de emergência do Credit Suisse, cujo colapso arriscou desencadear uma crise financeira global.
“Para tornar a aquisição possível, o governo concedeu ao UBS uma garantia por quaisquer perdas incorridas na liquidação dos ativos do Credit Suisse”, disse o governo em um comunicado.
“A garantia só entrará em vigor se as perdas com a liquidação desses ativos excederem 5 bilhões de francos suíços e se limita a um total de 9 bilhões de francos”, acrescentou.
O acordo cobre uma carteira de ativos do Credit Suisse que foram difíceis de avaliar nos poucos dias que os bancos tiveram para fechar a fusão e que não são necessários como parte do futuro negócio principal do UBS.
O governo disse que a garantia cobre ativos com um volume de cerca de 44 bilhões de francos suíços, o equivalente a cerca de 3% dos ativos combinados do grupo resultante da fusão, principalmente derivativos, empréstimos, ativos legados e produtos estruturados.
A expectativa é que as avaliações das perdas sejam disponibilizadas durante o terceiro trimestre deste ano, disse o governo, enquanto sua escala é “altamente dependente da liquidação real dos ativos em questão e dos desenvolvimentos do mercado”, afirmou.
“Consequentemente, ainda não é possível estimar a probabilidade da garantia ser sacada e o valor envolvido”, disse o governo.