Quem nunca sonhou em sair do Brasil e tentar a vida vendendo brigadeiro para os gringos que atire a primeira pedra. Porém, apesar da força de vontade, poucos conseguem conquistar o sucesso da TinyB, empresa especializada no doce brasileiro fundada por Renata Stoica. Nos últimos dois anos, a companhia faturou R$ 25 milhões.
Nascida no interior de São Paulo, Stoica cresceu vendo sua mãe fazer chocolates para sustentar a família e sabia que não era aquilo que queria para a sua própria vida. Assim, ela decidiu ter uma profissão em outro segmento. Formou-se em enfermagem e trabalhou por alguns anos na área até ser demitida e repensar se aquilo era o que ela realmente queria. Com uma pequena reserva, decidiu ir se encontrar muito longe daqui, em São Francisco, Califórnia.
Veja mulheres que lideram empresas da área de tecnologia
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Getty Images Linda Yaccarino
Yaccarino é CEO do Twitter. Foi presidente do conselho de publicidade global e diretora de parcerias do conglomerado de mídia e entretenimento NBCUniversal (NBCU), onde atuou por mais de uma década e gerenciou uma equipe global de 2 mil pessoas que geraram mais de US$ 100 bilhões em vendas de anúncios, de acordo com seu perfil no site da companhia.
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Getty Images Ursula Burns
Ursula Burns é CEO da Xerox e é considerada a primeira mulher negra a dirigir e liderar uma corporação nos Estados Unidos. Além disso, Ursula é diretora do conselho da American Express Corporation e Exxon Mobil Corporation, e em março de 2010 o ex-presidente Barack Obama nomeou-a como vice-presidente do Conselho de Exportação do Presidente.
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Getty Images Susan Wojcicki
De 2014 à 2023, Susan foi CEO do YouTube e já trabalhou em empresas como Bain & Company e R.B. Webber & Company. Ela foi responsável por desenvolver as ferramentas mais utilizadas do Google, como o Google Imagens e o Google Books.
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Getty Images Virginia “Ginni” Rometty
Conhecida também como Ginni, Virginia Rometty é CEO e Chairwoman da IBM, a empresária assumiu o cargo em 2012, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo na história da empresa. Com mais de 30 anos de história na IBM, Ginni já ocupou outros cargos como Vice-Presidente Sênior e Executiva de Vendas, Marketing e Estratégia.
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Getty Images Sheryl Sandberg
De 2008 à 2022, Sheryl Sandberg foi COO do Facebook e pessoa de confiança do CEO Mark Zuckerberg. Em 2012 ela passou a fazer parte do conselho de administração da empresa, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo e antes de entrar na atual Meta, trabalhou como Vice-Presidente de Operações do Google e no Departamento do Tesouro norte-americano como chefe de pessoal.
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Getty Images Cher Wang
Cher Wang é considerada uma das mulheres mais poderosas do setor da tecnologia. Co-fundadora e presidente da HTC, empresa responsável por fabricar um em cada seis smartphones comercializados nos Estados Unidos criada no ano de 1997, ela também é uma grande contribuinte do uso da tecnologia na edução, pois já realizou uma doação de 6000 tablets HTC Flyer para 60 escolas de ensino médio em Taipei em 2012.
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Getty Images Angela Ahrendts
Angela Ahrendts foi CEO da Burberry de 2006 à 2014 e deixou a empresa para assumir o cargo de Vice-Presidente da Apple. Angela também já fez parte do conselho de negócios do primeiro-ministro do Reino Unido e permaneceu lá até o ano de 2016.
Linda Yaccarino
Yaccarino é CEO do Twitter. Foi presidente do conselho de publicidade global e diretora de parcerias do conglomerado de mídia e entretenimento NBCUniversal (NBCU), onde atuou por mais de uma década e gerenciou uma equipe global de 2 mil pessoas que geraram mais de US$ 100 bilhões em vendas de anúncios, de acordo com seu perfil no site da companhia.
Nos Estados Unidos, ela conheceu um namorado, que logo se tornou marido, e decidiu que queria trabalhar em áreas voltadas para o mundo artístico. Tentou a fotografia, mas percebeu que era apenas um passatempo. Então, sua próxima opção foi começar a vender o seu doce preferido, o brigadeiro.
“São Francisco é uma cidade muito aberta a novidades e as pessoas estão sempre em busca de experiências. Então, na minha cabeça, esse era o lugar perfeito para começar uma empresa de brigadeiro”, diz Stoica. “Só que eu não entendia nada de empreendedorismo e sabia fazer o brigadeiro básico que comemos em casa.”
A ideia da empresária era transformar a iguaria brasileira no novo croissant, tornando-a conhecida em todo o mundo. Porém, seu primeiro desafio surgiu dentro de casa. “Meu marido falou que o meu brigadeiro não seria aceito pelo público americano por ser muito doce, então virou minha missão desenvolver um produto menos doce, que agradasse ao público de lá”, afirma Stoica.
Depois de diversas tentativas, ela chegou a receita que é usada até hoje na TinyB. Então, começou a distribuir para os amigos norte-americanos, na intenção de testar o produto além das barreiras de sua casa. A ideia foi aprovada na hora, com muitos querendo comprar o produto para dar de presente.
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Em 2014, quando a empresa foi lançada, um brigadeiro custava US$ 1,70, aproximadamente R$ 4,70 na cotação da época. Apesar de ter vendido algumas unidades logo no início, o processo de aceitação do produto levou um tempo, em torno de um ano. O primeiro lugar que abriu as portas para os produtos da TinyB foi um supermercado de bairro que era conhecido por lançar marcas em São Francisco.
“O que nós queríamos no começo era inserir o brigadeiro nas festas de crianças e casamentos. O meu pensamento era que, se o brasileiro compra 10 mil brigadeiros para oferecer em comemorações, o americano pode fazer o mesmo, mas não foi bem assim”, diz a empresária. Porém, a tática não deu certo.
A segunda tentativa foi vender os produtos para outros negócios, como corretores de imóveis, que entregavam os brigadeiros para seus clientes. Eles fechavam planos de seis meses com a TinyB, programando envios para seu portfólio, o que conseguiu levantar a receita da companhia, possibilitando a mudança da cozinha de casa para uma profissional.
Em pouco tempo, os corretores, que eram clientes assíduos, perguntaram se a empresa não fazia eventos ensinando a fazer brigadeiros. “A experiência foi tão acolhedora para os americanos que começamos a receber outras propostas parecidas, de empresas que queriam fazer eventos para seus funcionários de uma maneira diferente”, afirma Stoica.
Assim, em 2019, com a agenda lotada de eventos, a empresária e o marido decidiram investir e construir a sua própria fábrica. Hoje, o mercado de eventos é o foco da TinyB, que tem empresas como Google, Facebook e Apple em seu portfólio de clientes.
Durante a pandemia, a TinyB precisou se transformar em um negócio digital. Com os eventos estacionados, a empresa começou a fazer confraternizações online, vendendo kits de brigadeiros para cada funcionário da empresa contratante. Ao mesmo tempo, a empresa começou a desenvolver biscoitos recheados de brigadeiro, os famosos cookies, na expectativa de criar um vínculo afetivo com os americanos em um período tão complicado. E deu certo.
Desde lá, esse é o modelo de negócio da empresa. Hoje, a TinyB vende em torno de 3 mil cookies por mês e quer chegar a comercializar 20 mil biscoitos por mês no próximo semestre. A receita anual de eventos gira em torno de R$ 7,2 milhões, enquanto a venda dos cookies deve atingir R$ 2,4 milhões até o fim de 2023.