Um fã de Neymar Jr. ganhou destaque na semana passada ao declarar que estava deixando seus bens para o jogador de futebol. O fã, que preferiu não se identificar, disse ao jornal “Metrópoles” que além de seu amor pela seleção brasileira, ele se identifica com o atacante do Paris Saint-Germain. Em uma entrevista, ele afirmou: “Eu gosto do Neymar, me identifico muito com ele. Também sofro difamação e tenho uma forte ligação com minha família, a relação dele com o pai me lembra muito a minha com o meu pai, que faleceu.”
Apesar de ter apenas 31 anos, o fã observou: “Minha saúde não está boa e, por isso, percebi que não tenho ninguém para deixar meus bens. Eu não gostaria que o governo ou parentes com quem não tenho boa relação ficassem com minhas coisas.” Ele explicou que tentou transferir seus bens durante sua vida, mas foi aconselhado a fazer um testamento.
À medida que a história se espalhou, também surgiram críticas ao plano do fã. Alguns apontaram que era estranho se identificar com uma pessoa que nunca conheceu, enquanto outros destacaram que o jogador não precisava do dinheiro. De fato, Neymar ganhou cerca de US$ 85 milhões (R$ 407,9 milhões) no último ano, o que o colocou em 12º lugar na lista da Forbes dos atletas mais bem pagos do mundo.
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Apesar das piadas sobre a situação, é importante destacar o que a atitude do fã pode ensinar sobre o planejamento sucessório.
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athima tongloom/Getty Images Ele tinha um plano:
A maioria das pessoas não possui um testamento. De acordo com uma pesquisa Gallup de 2020, apenas 46% dos adultos nos Estados Unidos têm um testamento que descreve como desejam que seus bens e propriedades sejam tratados após a morte.
Mas por que tão poucos? Pesquisas sugerem que o motivo principal é que as pessoas simplesmente não dedicam tempo para considerar como desejam que seus bens sejam distribuídos após sua morte. Muitas vezes, isso está relacionado à idade (acham que são jovens demais) ou aos bens (acham que não possuem o suficiente para se preocupar com isso). Outras pessoas não sabem por onde começar ou têm receio de que criar um testamento possa ser caro. Portanto, elas acabam não tomando nenhuma providência.
No entanto, mesmo sendo jovem, o fã de Neymar percebeu a importância de planejar a disposição de seus bens. E, ao mencionar sua saúde debilitada, ele compreendeu que adiar o planejamento sucessório não era uma decisão prudente.
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PeopleImages/Getty Images Ele sabia o que queria e o que não queria:
Muitas pessoas podem negligenciar o planejamento sucessório, acreditando que seus bens serão automaticamente transferidos para seus “próximos parentes” na ausência de um testamento. No Brasil, a legislação determina a ordem de sucessão na ausência de um testamento, priorizando os descendentes (filhos, netos, bisnetos) junto com o cônjuge ou companheiro sobrevivente. Caso não haja descendentes, os bens serão divididos entre os ascendentes (pais ou avós) e o cônjuge. Se ainda não houver parentes nessas condições, os herdeiros colaterais (tios, sobrinhos, primos) podem pleitear a herança, desde que o parentesco seja de até quarto grau.
Contudo, a história do fã anônimo do Neymar Jr. ressalta que nem sempre as pessoas querem que seus bens sejam distribuídos de acordo com a ordem estabelecida por lei, principalmente se não possuem um relacionamento próximo com os parentes que seriam herdeiros legais. Em casos como o dele, o planejamento sucessório é fundamental para garantir que os bens sejam direcionados para onde o indivíduo deseja, seja para amigos, instituições de caridade ou para a pessoa ou entidade que ele tem grande afinidade.
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athima tongloom/Getty Images Não há “teste de recursos” para testamentos:
Uma das críticas mais proeminentes ao legado deixado para Neymar é que o jogador de futebol não necessita do dinheiro. Argumentavelmente, muitos dos beneficiários de presentes e heranças não “precisam” do dinheiro – esse não é necessariamente o objetivo do planejamento sucessório.
Pode ser o caso de você desejar prover alguém – ou uma organização como uma instituição de caridade – que você acredita que poderia se beneficiar com seus recursos financeiros, mas você também pode querer deixar ativos para alguém simplesmente por amor e afeto. Não existe um guardião para decidir se alguém necessita do dinheiro ou se é merecedor o suficiente. Essa decisão cabe a você.
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Andrii Yalanskyi/ Getty Images Ele pode mudar de ideia:
Uma das coisas que pode parecer intimidadora ao fazer um testamento é que ele parece definitivo. Mas na verdade não é. A maioria dos documentos de planejamento sucessório, incluindo um testamento, podem ser alterados a qualquer momento. Embora este fã acredite que Neymar seja digno neste momento, ele pode mudar de ideia mais tarde.
A realidade é que muita coisa pode mudar ao longo dos anos, mas é melhor estar preparado para o presente. Você sempre pode alterar mais tarde.
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Michael Reaves/Getty Images Considerações Finais:
É possível entender que deixar seus bens para o seu jogador de futebol favorito não é o gosto de todos. E é fácil criticar alguém que faz escolhas diferentes das suas. Mas quando se trata do seu dinheiro, você decide para onde ele vai.
Ele tinha um plano:
A maioria das pessoas não possui um testamento. De acordo com uma pesquisa Gallup de 2020, apenas 46% dos adultos nos Estados Unidos têm um testamento que descreve como desejam que seus bens e propriedades sejam tratados após a morte.
Mas por que tão poucos? Pesquisas sugerem que o motivo principal é que as pessoas simplesmente não dedicam tempo para considerar como desejam que seus bens sejam distribuídos após sua morte. Muitas vezes, isso está relacionado à idade (acham que são jovens demais) ou aos bens (acham que não possuem o suficiente para se preocupar com isso). Outras pessoas não sabem por onde começar ou têm receio de que criar um testamento possa ser caro. Portanto, elas acabam não tomando nenhuma providência.
No entanto, mesmo sendo jovem, o fã de Neymar percebeu a importância de planejar a disposição de seus bens. E, ao mencionar sua saúde debilitada, ele compreendeu que adiar o planejamento sucessório não era uma decisão prudente.
Kelly Phillips escreve sobre notícias fiscais, política fiscal e informações fiscais.
(Tradução: Poliana Santos)