O governo central registrou déficit primário de R$ 45,223 bilhões em junho, ante um saldo positivo de R$ 14,588 bilhões no mesmo mês do ano passado, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27), diante de um recuo significativo nas receitas, mas também uma alta nos gastos.
O déficit do governo central, que compreende o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Previdência Social, no mês veio ligeiramente pior do que o rombo de R$ 44,084 bilhões projetado por analistas em pesquisa da Reuters.
O resultado do mês passado foi o terceiro pior para o mês da série histórica do Tesouro Nacional, iniciada em 1997, melhor apenas que os rombos no mesmo período em 2020 (R$ 243,7 bilhões) e 2021 (R$ 84,8 bilhões).
As receitas líquidas, já descontados os repasses a Estados e municípios, tiveram uma queda real de 26,1% sobre junho do ano passado, para R$ 145,3 bilhões. Houve redução nos ganhos com Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido, além de forte recuo nas receitas de concessões de dividendos.
Já as despesas totais aumentaram 4,9%, para R$ 190,6 bilhões, sob o impacto principalmente do aumento dos gastos com benefícios previdenciários, abono salarial e seguro desemprego.
No ano, as contas federais estão agora deficitárias em R$ 42,509 bilhões. Em 12 meses até junho, o saldo é negativo em R$ 41,5 bilhões. Em dados corrigidos pela inflação, o déficit corresponde a 0,41% do PIB.