O GPA espera continuar com melhoria sequencial de margem bruta após cinco trimestres em que vem reajustando suas operações para focar na bandeira Pão de Açúcar, algo que inclui sortimento de mercadorias em suas lojas, afirmaram executivos nesta quinta-feira (27).
“O foco é que a recuperação seja estabelecida com raízes de perenidade. Não queremos picos e vales de performance”, afirmou o presidente-executivo, Marcelo Pimentel, em conferência com analistas após a divulgação dos resultados da companhia na noite da véspera.
O GPA teve margem bruta de 24,8% no segundo trimestre ante 26,6% um ano antes e 24,4% nos três primeiros meses deste ano.
Pimentel afirmou que o GPA está “no meio de um trabalho de recuperação” de três anos e que há muito “a se fazer”. A empresa tem seguido estratégia de negociar preços e prazos com fornecedores e reformulação do sortimento de produtos de suas lojas.
“Terminamos processo de gestão de categorias no Pão de Açúcar e começamos a fazer isso no Mercado Extra e proximidade”, disse o presidente do GPA.
Ao mesmo tempo, a companhia tem centrado esforços em clientes de renda mais alta no mercado de São Paulo, onde pretende manter por ora o foco na expansão de sua rede de lojas “de proximidade” Minuto Pão de Açúcar, em vez de expandi-la em outros Estados.
O executivo mencionou que o plano de orçamento base zero está “indo muito bem” e que a redução esperada de R$ 100 milhões em despesas com estrutura de pessoal chegará a R$ 130 milhões até o final do ano.
Questionado sobre a participação de 96,5% da empresa no grupo colombiano Éxito, Pimentel afirmou que o GPA espera monetizar parte dela até o final deste ano e o restante no segundo trimestre do próximo ano, seguindo plano de segregação da empresa do grupo.
Já o vice-presidente financeiro do GPA, Guillaume Gras, afirmou que a proposta do empresário colombiano Jaime Gilinski por 51% do capital do Éxito, por R$ 586,5 milhões, “não tinha garantia de execução” e por isso foi rejeitada na semana passada pela companhia.
As ações do GPA exibiam queda de 0,2%, para R$ 21,62, às 14h, enquanto o Ibovespa mostrava recuo 1,2%.
“Pontuamos a melhora gradual das vendas em mesmas lojas no formato Pão de Açúcar e o trabalho de redução das despesas gerais e administrativas, que contribuíram para uma queda menos acentuada da margem operacional. Contudo, a rentabilidade da companhia segue pressionada, com prejuízo reportado acima das nossas estimativas para o período”, afirmaram analistas do BB Investimentos em nota. A companhia teve prejuízo líquido consolidado de R$ 425 milhões no segundo trimestre.