Nesta quarta-feira (5), o Ibovespa subiu 0,47% e fechou a 119.640,82 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 21,27 bilhões. O mercado acompanhou as negociações em Brasília em torno do projeto de reforma tributária, que deve ser levada à votação no plenário na quinta-feira (6), disse o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, nesta quarta-feira (5).
Lira afirmou que há apoio muito forte dos governadores do Norte e do Nordeste à reforma tributária, e que os governadores do Sudeste e do Sul também são a favor da medida. Ele reconheceu, no entanto, que existem resistências do Centro-Oeste devido à mudança da tributação da origem para o destino.
Além da expectativa em torno da reforma tributária, os investidores aguardam os desdobramentos da tramitação na Câmara da proposta que devolve ao governo o voto de desempate nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e do projeto do novo arcabouço fiscal, que foi alterado no Senado. No caso do Carf, Lira espera que a votação ocorra ainda nesta semana.
Destaques do dia
Liderando as altas, a BRF (BRFS3) subiu 9,94% a R$ 9,84, impulsionada por uma oferta de ações que permitirá a concretização de um investimento da saudita Salic e da Marfrig (MRFG3) na companhia brasileira. Em maio, ambos anunciaram um compromisso de investir até R$ 4,5 bilhões através de aumento de capital na BRF. A precificação do follow-on está marcada para o dia 13 de julho.
Segundo Ricardo Brasil, da Gava Investimentos: “a BRF está subindo hoje porque a companhia vai ter uma injeção de dinheiro, uma oferta primária. Os investidores ficaram animados com essa injeção, ainda mais num momento em que as taxas de juros estão altas e o endividamento das empresas está cada vez maior”.
Na ponta negativa, as ações da Braskem (BRKM5) e da Raízen (RAIZ4) caíram, respectivamente, 4,18% a R$ 27,73 e 3,40% a R$ 4,26. A Braskem recuou depois que analistas do JPMorgan cortaram a recomendação dos papéis para “neutra” e reduziram o preço-alvo de R$ 30 para R$ 28,50.
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No exterior
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street caíram após a ata da reunião de junho do Federal Reserve (Fed), banco central norte americano. Na ocasião, o Fed manteve a taxa de juros como uma forma de ganhar tempo e avaliar se seriam necessários novos aumentos, mesmo que a expectativa do mercado era de que seria necessário um aperto ainda maior na política monetária.
Segundo William Castro Alves, especialista da Avenue: “Os membros do Fed atualizaram sua previsão de aumento de juros, estimando uma taxa terminal de 5,6%, acima da previsão anterior de 5,1%, reforçando a ideia de mais aumentos à frente. Atualmente, 86% do mercado espera que o FED retome o aumento de taxas na reunião de 25 a 26 de julho. A questão toda é que tais aumentos seguem condicionados aos dados, e devem se dar em ritmo mais lento”.
Na Europa, as ações blue chip da zona do euro caíram, com as empresas de tecnologia pressionadas antes da ata do Federal Reserve, enquanto dados fracos do bloco europeu e da China alimentaram temores de um forte golpe no crescimento global. Dados mostraram que a atividade empresarial caiu a território contracionista. A atividade de serviços nas principais economias europeias também enfrentou dificuldades, com o setor na França tendo em junho o primeiro recuo desde janeiro.
(Com Reuters)
Confira as 5 ações que mais subiram no 1º semestre de 2023
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GettyCarlos Alkmin 1. Br Properties (BRPR3)
Segmento: Exploração de imóveis
Movimentação no período: +312,7% -
picture alliance/Getty Images 2. C&A (CEAB3)
Segmento: Tecidos, vestuário e calçados
Movimentação no período: +134,5% -
Divulgação/Tenda 3. Tenda (TEND3)
Segmento: Incorporações
Movimentação no período: +127,2% -
Divulgação/Reuters 4. Marcopolo (POMO4)
Segmento: Material rodoviário
Movimentação no período: +90,7% -
Anúncio publicitário -
Rahel Patrasso/Reuters 5. Azul (AZUL4)
Segmento: Transporte aéreo
Movimentação no período: +87,7%
1. Br Properties (BRPR3)
Segmento: Exploração de imóveis
Movimentação no período: +312,7%