O setor de tecnologia impulsionou o forte desempenho do mercado de ações no primeiro semestre de 2023, à medida que os investidores depositaram um otimismo ilimitado na inteligência artificial (IA).
A Nvidia é, de longe, a empresa de melhor desempenho do S&P 500 este ano, de acordo com dados da FactSet. As ações do principal fabricante de chips de IA subiram 190% no primeiro semestre e atingiram uma alta histórica em maio. Para fins de comparação, os papéis negociados na bolsa brasileira sob o ticker NVDC34 também acumularam uma alta de 158% nos primeiros seis meses do ano.
Os fabricantes de chips Palo Alto Networks (alta de 83%) e Advanced Micro Devices (76%) surfaram a onda da tecnologia e estão na lista dos melhores desempenhos do índice.
A Nvidia também liderou a valorização das gigantes de tecnologia. O valor de mercado das seis maiores empresas americanas do setor de tecnologia subiu US$ 4,1 trilhões (R$ 19,6 trilhões) no semestre. As altas variaram dos 36% da Alphabet até os 138% da Meta.
A Ambrx Biopharma, empresa de produtos biológicos, teve o melhor desempenho entre as companhias de capitalização menor incluídas no Russell 3000, um índice que representa aproximadamente 98% do mercado de ações norte-americano. As ações subiram 625%. Já a Carvana, uma varejista online de venda de carros usados, foi a principal escolha entre as companhias de média capitalização, com uma alta de 452%. No setor de grande capitalização, o líder foi o Super Micro Computer, um desenvolvedor de software, com uma alta de 206%. A Nvidia liderou a lista das empresas de mega-cap.
O Salesforce (alta de 59%) é o maior ganhador listado no Dow Jones, enquanto a Ambrx é a grande vencedora do Nasdaq, que é focado em tecnologia.
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No contexto, o S&P, Dow Jones e Nasdaq estão em alta de 16%, 4% e 33%, respectivamente, se recuperando do terrível desempenho do mercado de ações em 2022, que teve os piores retornos em 13 anos.
O atual cenário tecnológico foi comparado ao boom impulsionado pela internet nos anos 1990. Os estrategistas do Bank of America (BofA) escreveram que a “IA é a nova eletricidade e está prestes a revolucionar tudo”.
No entanto, o estrategista-chefe do Morgan Stanley, Michael Wilson, afirmou que vê a “IA principalmente como um custo em 2023 que pressionará ainda mais as margens à medida que os lucros decepcionam”, explicando que as esperanças de crescimento impulsionado pela Inteligência Artificial têm pouco efeito nos lucros corporativos no curto prazo.
(Tradução: Poliana Santos)