A Cyrela não espera elevar os preços dos imóveis no curto prazo e vê um cenário de caixa “neutro” para 2024, disseram executivos da companhia nesta sexta-feira (11), em teleconferência de resultados.
Segundo o diretor financeiro da Cyrela, Miguel Mickelberg, e o copresidente da empresa, Rafael Horn, a Cyrela deve encerrar o ano com um consumo de caixa menor do que o previsto.
Apesar do início do ciclo de queda de juros no Brasil, os executivos disseram não esperar uma melhora no desempenho das vendas nem a adoção de uma dinâmica de preços maiores pela companhia.
“A gente não espera melhora … Obviamente que, se os bancos diminuírem a taxa de financiamento para o cliente, isso vai melhorar, mas eu não sei se isso é algo para o curto prazo”, disse Horn.
“O mercado (em geral) vai estar mais animado, mas em termos macroeconômicos não estamos contando com nenhuma melhora. Acho que para preço começar a subir … Você precisa ter alguns anos de ‘macro’ bons, para ter um efeito de preço que justifique ser acima da inflação, então a gente não vê preço subindo (agora).”
Os executivos destacaram ainda que a empresa não planeja expandir volume de lançamentos este ano. “Com relação à possibilidade de acelerar lançamentos ainda esse ano, isso nós não temos possibilidade”, disse Mickelberg.
Já a distribuição de lançamentos da empresa por produto para 2024 deve ser semelhante à atual, segundo os executivos, mas com possibilidade de algum aumento no segmento econômico.
“Vendo o cenário melhor a gente fica mais animado, com certeza, e temos terreno, então a gente pode ter algum crescimento ali, mas em linhas gerais a divisão entre regionais e entre segmentos não vai ser muito diferente”, afirmou Mickelberg.
A distribuição dos lançamentos por segmento da empresa atualmente concentra-se em 51% alto padrão, 31% médio padrão, 11% Minha Casa Minha Vida e 7% Vivaz Prime, segmento de baixa e média rendas da Cyrela, segundo balanço do segundo trimestre.
A Cyrela reportou lucro líquido de R$ 279 milhões no segundo trimestre, um aumento de 85% ano a ano. Analistas esperavam, em média, lucro líquido de R$ 222,5 milhões, de acordo com dados da Refinitiv.
A receita líquida da companhia somou R$ 1,63 bilhão nos meses de abril a junho, contra estimativa média de analistas de R$ 1,55 bilhão, também segundo Refinitiv.