Há poucos anos, escolher um banco para chamar de seu não era a tarefa mais difícil do mundo. Isso porque existiam características básicas que eram avaliadas na hora de tomar a decisão, como o tamanho do banco e sua confiabilidade. Hoje, a situação não é mais a mesma. Com 1.289 fintechs mapeadas em 2022, os bancos, tanto digitais quanto tradicionais, entraram em uma batalha para se tornar o preferido dos consumidores.
De acordo com o levantamento Think Finance, realizado pelo Google em parceria com os institutos Quantas e Liga Pesquisa, os brasileiros têm cerca 4,3 contas abertas, ante as 2,6 vistas em 2022. Além disso, os consumidores já tiveram contato com pelo menos outras três instituições e conhecem 21 empresas do setor.
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“Os brasileiros que puxam esse número de contas abertas para cima são os de alta renda, como classe A e B, que têm mais repertório do que há de novo no mercado”, afirma Vitor Zenaide, líder de insights para serviços financeiros do Google Brasil. “Em relação à faixa etária, pessoas entre 25 e 35 anos conhecem mais players do mercado.”
Porém, não é fácil ser a instituição preferida dos consumidores no Brasil. Entre as quatro contas abertas, apenas duas são consideradas as principais pelo cliente. Para 77% dos entrevistados, a instituição que concentra o maior volume de pagamentos e transferências é a sua principal, enquanto 58% acreditam que o recebimento do salário torna a conta prioritária. A oferta de crédito aparece com 49% dos votos, enquanto os investimentos representam 44% das respostas.
Na visão dos especialistas, entre os bancos principais, existe uma divisão de conta corrente e investimento, que costumam ocupar as duas primeiras posições no coração dos brasileiros. Elas são selecionadas por critérios como boa experiência digital, conveniência e confiança. Porém, isso não significa que o lugar dos bancos escolhidos está garantido.
De acordo com os dados divulgados pela pesquisa, 57% dos entrevistados consideram mudar de banco principal. Na classe A, a porcentagem é ainda maior: 65%. E isso não é exclusivo para alguns bancos, mas sim para todos. A marca com menor chance de troca tem 55% dos votos, enquanto a com maior tem 63%, uma diferença muito pequena para um setor com tantas oportunidades.
Outro dado que dá força a essa teoria é o de pesquisas genéricas, que não tem nomes de marcas específicas. Dentro da busca do Google, os consumidores estão procurando por instituições com melhores vantagens para ele, seja opção de crédito ou até melhores investimentos. Esse tipo de busca cresceu 47% em 2023.
Na visão da diretora de negócios do Google Brasil, Mônica de Carvalho, o futuro ainda é incerto. “O que vai pautar o futuro em relação ao número de bancos por pessoa é a quantidade de serviços que vão ser oferecidos para cada comportamento. Na nossa visão, o mercado está cada vez mais segmentado e o público está pedindo por serviços personalizados que o atendam, então esse número pode continuar crescendo”, avalia a executiva.
Porém, para o head de negócios para serviços financeiros do Google Brasil, Marcel Bonzo, com o surgimento de agregadores que utilizam serviços como Open Finance e trazem diversas vantagens em um único espaço, é possível que a tendência seja de queda. Porém, ele acredita que tudo depende do desenvolvimento do mercado nos próximos anos.