Importantes fabricantes de helicópteros que operam no Brasil esperam uma recuperação da demanda no segundo semestre de 2023, após um primeiro semestre relativamente lento, mas é improvável que igualem os fortes pedidos registrados no ano passado.
Os mercados de transporte aéreo tiveram um 2022 positivo com a retomada das viagens pós-pandemia, um cenário que acabou estabelecendo padrões elevados para 2023.
Leia também
- Azul vê Ebitda de pelo menos R$ 6 bilhões em 2024, diz diretor financeiro
- Apostas de pausa nas altas de juros do Fed impulsionam ações europeias
O início do ano não foi tão forte quanto alguns poderiam esperar, mas as perspectivas são positivas para os últimos seis meses, executivos de Helibras e Leonardo disseram à Reuters nesta semana na Labace, feira do setor realizada em São Paulo.
O Brasil é um importante mercado do setor, tendo sido classificado em 2019 como o quarto país do mundo com maior número de helicópteros, segundo dados da Statista.
A Helibras, fabricante brasileira de helicópteros pertencente à Airbus, registrou um recorde de 50 pedidos em 2022, mas será difícil superar esse nível este ano, disse seu presidente, Alberto Duek.
“Neste ano, sentimos no primeiro semestre uma desaceleração de mercado natural e agora, no segundo semestre, começamos a sentir a recuperação”, afirmou Duek.
“A gente acredita que é cíclico. De vez em quando o mercado dá uma parada pra dar uma observada do que está acontecendo e redirecionar o seu norte. Eu acho que foi justamente um freio de acomodação”, acrescentou.
A visão é compartilhada pela empresa italiana Leonardo, que tem atuação importante em segmentos como VIP executivo e transporte offshore no país.
“O ano passado foi um ano muito bom”, disse o gerente de vendas da Leonardo no Brasil, Giuseppe Mignoli, que vê 2023 como “mais complexo”.
Ele observou que o cenário político, com o país trocando de governo após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trouxe alguma incerteza ao mercado no início de 2023.
Mas isso tem diminuído gradualmente à medida que a economia melhora, especialmente com o câmbio negociado a níveis mais estáveis, acrescentou ele.
“Acreditamos que o segundo semestre vai aquecer, inclusive tem um pedido maior de oferta e assinamos já alguns contratos. Tudo isso está acontecendo agora, nestes meses”, disse Mignoli.
“Se é possível alcançar o resultado do ano passado, é difícil julgar neste momento”.