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Cenário
Em 1978, a divisão regional de Kansas do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, organizou um simpósio despretensioso sobre o papel da política monetária no desenvolvimento agrícola. Quatro anos depois, para poupar custos, o evento foi transferido para a estação de esqui de Jackson Hole, no Wyoming.
Com o passar do tempo, os perceberam que o que se dizia no encontro movia os mercados. Em 2007, por exemplo, o tema do debate foi “Habitação, Financiamento Habitacional e Política Monetária”. Parecia tedioso, mas em setembro do ano seguinte a quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers marcou o estouro da bolha imobiliária americana.
Neste ano, o tema principal será as mudanças estruturais na economia global. E o ponto alto do evento está agendado para esta manhã, em que Jerome Powell, presidente do Fed, deve falar sobre a inflação e sobre os juros.
O banco central americano elevou a sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual na reunião de julho, apesar de ter feito uma pausa no mês anterior. Com isso, os juros americanos estão no patamar entre 5,25% e 5,50% ao ano, o mais alto desde 2007. A maioria dos investidores acredita que Powell vai adotar um tom duro e indicar que serão necessários mais aumentos de juros para conter a alta dos preços. Powell também poderá sinalizar que os juros ficarão elevados por bastante tempo.
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Perspectivas
Vários indicadores econômicos mostram que o consumo nos Estados Unidos continuou forte em julho, com as vendas no varejo registrando o maior aumento mensal desde fevereiro. Isso contrariou as expectativas de que a desaceleração do nível de atividade começaria já no segundo trimestre.
A economia está robusta e vários membros do Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano, tiveram de revisar suas projeções de desaceleração. “Os membros [do Fomc] não esperam mais que a economia entre em uma leve recessão no fim do ano”, revelaram as Minutas da reunião do Fomc de julho, que foram divulgadas no dia 16 de agosto.
O mercado de renda fixa americano já está antecipando a continuidade de uma política monetária austera. A taxa dos títulos de dez anos do Tesouro dos EUA subiu para 4,366% ao ano, o maior patamar em mais de 15 anos. E os contratos futuros de juros indicam uma probabilidade de 40% de novos aumentos nos juros ainda neste ano, ante uma probabilidade de 30% na semana passada.
Indicadores
- Brasil
Confiança do consumidor (ago)
Observado: 96,8
Esperado: 93,3
Anterior: 94,8
Saldo em transações correntes (jul)
Observado: – US$ 3,60 bilhões
Esperado: – US$ 4,00 bilhões
Anterior: – US$ 840 milhões
IPCA-15 (ago)
Esperado: +0,17%
Anterior: -0,07%
IPCA-15 (12m)
Esperado: 4,13%
Anterior: 3,19%
- Estados Unidos
Sem indicadores relevantes