O ator e humorista Fábio Porchat anunciou nesta quinta-feira (14) que está fortalecendo uma de suas facetas que raramente aparece nas telas e nos palcos: a de investidor. O artista acaba de adquirir 10% da startup D20 Culture, ecossistema de conteúdo geek que quer tirar o assunto do nicho ao qual ele pertence. Porém, ele não vai pagar pela participação na sociedade com dinheiro e sim com sua imagem, seguindo o conceito de Media for Equity.
“A D20 chegou para criar o seu próprio setor e mostrar a importância do negócio geek, que já é tão sério no mundo, mas ainda não ganhou a força necessária por aqui”, afirma Porchat. “O que me interessou de cara foi que a empresa não depende de mim para nada, mas eu venho para somar, tornando o processo mais ágil e bem-sucedido. Nós queremos levar o geek para todos os públicos e espero ajudar com isso.”
O que é Media for Equity?
O conceito Media for Equity funciona como uma troca de visibilidade por um pedaço do negócio que você está divulgando. Em um exemplo prático, é como se um influenciador que era pago para fazer a propaganda de um óculos de sol agora passasse a receber uma porcentagem da companhia dona do óculos no lugar do seu cachê.
Na visão do Felippe Guerra, especialista em marketing que fundou a BRASIS, holding ligada à economia criativa, o Media for Equity já é uma prática comum no mercado. “Atletas, artistas, influenciadores e gestores que não estiverem olhando para isso e se estruturando legalmente estarão perdendo dinheiro”, diz. “Marcas ganham muito ao ter uma pessoa engajada para trazer resultados e olhar isso pela perspectiva de influenciadores, artistas ou atletas também é muito interessante.”
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A D20 é uma produtora e desenvolvedora de propriedade intelectual voltada para o mundo geek. Desta forma, ela desenvolve de jogos de tabuleiro e cartas até webséries e influenciadores voltados para o segmento. Com menos de um ano de experiência no mercado, a companhia já projeta faturar R$ 5 milhões até o fim de 2023 e R$ 20 milhões em 2024.
“Nós percebemos que existe um vácuo muito grande quando falamos em produção de jogos e com isso começamos a construir algo que gostaríamos de consumir”, afirma Peterson Rodrigues, CEO da companhia. “Nós estávamos procurando por investidores que tivessem o mesmo nível de criatividade que o nosso e que pudessem nos ajudar a pensar o negócio além dos números e do dinheiro, levando em consideração a paixão pela coisa. O Fábio é esse cara.”
Há várias ideias de como usar a imagem do novo sócio para ajudar no crescimento da companhia, especialmente no mercado de jogos, que movimenta US$ 25 bilhões por ano. Porchat ocupará a cadeira de diretor criativo, trazendo, além das ideias, sua experiência do meio do entretenimento. “Apesar de gostar muito do mundo dos jogos, de reunir amigos em casa para jogar, de ler sobre o assunto e de me interessar sobre esse mundo, acredito que ter uma cabeça ‘de fora’ também vai ajudar no desenvolvimento dos projetos”, afirma o artista, que pode até apresentar programas na plataforma da D20.
Apesar de já ser praticado no mercado de marketing de influência, o conceito de Media for Equity é uma novidade para Porchat. “Essa é a primeira vez que faço negócios dessa maneira, então é uma coisa nova para mim. Porém, eu sei que tenho caminho aberto com meus seguidores e fãs por onde me comunico para falar sobre o assunto, então acredito que o nosso potencial de crescimento é muito grande”, diz.
Na visão de Guerra, da BRASIS, a movimentação pode sim ser muito interessante para a D20 e para outras empresas que pensam em aderir ao método de investimento. “Nós estamos na economia da atenção e é ela que traz a maior rentabilidade agora. Então, para uma empresa média ou até pequena, ter um sócio com o poder de atrair muita atenção vale mais do que muito dinheiro”, diz.