“Eu não posso acreditar que consigo fazer música como carreira”, disse Taylor Swift na estreia do novo filme sobre sua turnê, Taylor Swift: The Eras Tour, diante de um público de mais de 2.000 Swifties que incluía Adam Sandler, Mariska Hargitay e até Beyoncé. “Isso é loucura. Nunca me diverti tanto na minha vida como na The Eras Tour. É de longe a experiência mais eletrizante da minha vida.”
É também a mais lucrativa. De março a agosto, a turnê teve 56 shows em estádios em 20 cidades dos EUA e na Cidade do México, arrecadando mais de US$ 780 milhões e rendendo à rainha do pop de 33 anos cerca de US$ 305 milhões.
Abrangendo quase duas décadas e 10 álbuns, a Eras Tour é mais do que uma retrospectiva da carreira de Swift, é também um fenômeno financeiro. Por causa do tremendo impacto econômico que as turnês têm nas cidades, Swift e Beyoncé – que arrecadou cerca de US$ 145 milhões com a Renaissance World Tour – foram creditadas pelo Morgan Stanley por adicionar US$ 5,4 bilhões à economia dos EUA no terceiro trimestre.
Veja as turnês mais lucrativas de 2023
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#1. Taylor Swift
The Eras Tour | Nº de shows: 56
Receita bruta de 2023: US$ 780 milhões | Lucro líquido: US$ 305 milhões
Taylor Swift pode estar fazendo um mini tour pelos camarotes luxuosos dos jogos do Kansas City Chiefs agora – por causa do seu relacionamento com o jogador de futebol americano Travis Kelce –, mas na maior parte do ano ela estava lotando estádios. O preço médio do ingresso de US$ 253 (e a quebra da Ticketmaster durante a venda) não desanimou os espectadores: ela já tocou para mais de 3 milhões de fãs até agora. Alguns Swifties também esperaram horas na fila para comprar os cobiçados moletons da turnê por US$ 75.
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Kevin Mazur/Getty Images #2. Beyoncé
Renaissance World Tour | Nº de shows: 46
Receita bruta de 2023: US$ 460 milhões | Lucro líquido: US$ 145 milhões
Quando a Renaissance Tour terminou no início deste mês, depois de passar por 12 países, arrecadou US$ 579 milhões, tornando-se uma das turnês de maior bilheteria da história. Para o show de aniversário de 42 anos de Beyoncé em Los Angeles, em setembro, ela pediu aos fãs que usassem roupas pratas, e os presentes – incluindo Meghan Markle, Chris Rock, Jeff Bezos e Tyler Perry – cumpriram a ordem da Queen B.
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Kevin Mazur/Getty Images #3. Ed Sheeran
– +–=÷× (Mathematics) Tour | Nº de shows: 41
Receita bruta de 2023: US$ 240 milhões | Lucro líquido: US$ 110 milhões
A etapa de 2023 da turnê Mathematics de Ed Sheeran teve grandes números. Seu estilo de produção reduzido e o preço médio dos ingressos de cerca de US$ 100 permitiram que Sheeran, de 32 anos, lucrasse uma parcela maior das vendas de ingressos em comparação com os outros artistas. Sheeran começou o ano na Nova Zelândia antes de encerrar a turnê nos EUA. Ao longo do caminho, ele quebrou um recorde no Levi’s Stadium em Santa Clara, Califórnia, se apresentando para mais de 77 mil fãs.
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#4. Colplay
Music of the Spheres World Tour | Nº de shows: 43
Receita bruta de 2023: US$ 275 milhões | Lucro líquido: US$ 85 milhões
Para sua turnê mundial Music of the Spheres, o Coldplay, com consciência ecológica, manteve a produção o mais sustentável possível: o palco foi construído com materiais reutilizáveis, os confetes eram biodegradáveis e as pulseiras de LED dadas aos fãs eram compostáveis. Os membros da banda, Chris Martin, Johnny Buckland, Guy Berryman e Will Champion, visitaram 10 países na América do Sul e na Europa. Depois de uma passagem pela América do Norte, a banda irá para a Ásia e retornará à Europa em 2024.
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#5. P!nk
Summer Carnival | Nº de shows: 37
Receita bruta de 2023: US$ 300 milhões | Lucro líquido: US$ 85 milhões
Apenas P!nk poderia realizar duas turnês ao mesmo tempo pendurada de cabeça para baixo – este mês ela fez uma pausa em sua turnê Summer Carnival para iniciar seus shows com 20 datas da Trustfall. Para uma artista que é famosa por voar pelo ar e realizar acrobacias durante seus shows, P!nk também quebrou um novo recorde este ano: em agosto, ela se tornou a primeira mulher a ser a atração principal de um show em um estádio em Wisconsin.
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Anthony Pham/Getty Images #6. Harry Styles
Love On Tour | Nº de shows: 49
Receita bruta de 2023: US$ 227 milhões | Lucro líquido: US$ 70 milhões
Antes de os fãs organizarem roupas temáticas para as turnês de Taylor Swift e Beyoncé, já compravam fantasias descoladas com franjas, paetês e muitas cores para a Love On Tour de Harry Styles. Depois de começar em 2021 – quando rapidamente se tornou a turnê mais concorrida do ano – a turnê de Styles terminou em julho. Ele passou a maior parte de 2023 tocando para públicos internacionais, primeiro na Oceania, depois na Ásia, antes de terminar na Europa. Concluiu com um faturamento total de US$ 617 milhões, tendo vendido mais de 5 milhões de ingressos em 169 shows.
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Kevin Mazur/Getty Images #7. Elton John
Farewell Yellow Brick Road Tour | Nº de shows: 63
Receita bruta de 2023: US$ 195 milhões | Lucro líquido: US$ 70 milhões
Em turnê desde a década de 1970, o Rocket Man teve seu mergulho final em julho. Desde 2018, quando a Farewell Yellow Brick Road começou, John, de 76 anos, fez 330 shows e usou cerca de 16 roupas da Gucci. Durante a sua última aparição em Glastonbury, em junho, atraiu uma multidão, incluindo Paul McCartney, Kate Hudson, Debbie Harry, Anya Taylor-Joy e Lewis Hamilton.
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John Shearer/Getty Images #8. Morgan Wallen
One Night at a Time World Tour | Nº de shows: 30
Receita bruta de 2023: US$ 190 milhões | Lucro líquido: US$ 70 milhões
A arrecadação de US$ 70 milhões de Wallen com sua turnê One Night at a Time teria sido maior, mas o cantor optou por doar US$ 3 de cada ingresso dos seus shows nos EUA para a Fundação Morgan Wallen, que apoia programas esportivos e musicais para jovens. Após uma breve passagem pela Oceania, Wallen viajou pelos Estados Unidos. Em abril, ele tocou para mais de 39 mil pessoas em dois shows no American Family Field de Milwaukee, um recorde para o estádio. No mês passado, anunciou que estenderia a turnê até 2024 com mais 10 shows nos EUA.
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Jason Kempin/Getty Images #9. Luke Combs
World Tour | Nº de shows: 30
Receita bruta de 2023: US$ 125 milhões | Lucro líquido: US$ 55 milhões
Quando os ingressos para a turnê mundial de Combs foram colocados à venda em outubro passado, a estrela country de 33 anos esgotou instantaneamente 37 das 39 datas. Com um ingresso médio de US$ 97, os fãs de Combs não precisam gastar muito para vê-lo se apresentar. Depois de encerrar a turnê por 17 países neste mês, ele pegará a estrada novamente em abril para a sua turnê norte-americana Growin’ Up and Gettin’ Old.
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#10. The Weeknd
After Hours til Dawn Tour | Nº de shows: 30
Receita bruta de 2023: US$ 158 milhões | Lucro líquido: US$ 55 milhões
Depois de sofrer um atraso por causa da pandemia e levar a turnê para os Estados Unidos no ano passado, a pós-apocalíptica After Hours til Dawn do The Weeknd iniciou sua etapa europeia em junho. Ele tocou para 160 mil pessoas em duas noites no London Stadium, quebrando o recorde de uma e duas noites da arena, e também o de maior número de ingressos vendidos para um show no Estádio de Wembley. A turnê está atualmente na América do Sul – acaba de passar pelo Brasil – e seguirá para a Oceania ainda este ano.
#1. Taylor Swift
The Eras Tour | Nº de shows: 56
Receita bruta de 2023: US$ 780 milhões | Lucro líquido: US$ 305 milhões
Taylor Swift pode estar fazendo um mini tour pelos camarotes luxuosos dos jogos do Kansas City Chiefs agora – por causa do seu relacionamento com o jogador de futebol americano Travis Kelce –, mas na maior parte do ano ela estava lotando estádios. O preço médio do ingresso de US$ 253 (e a quebra da Ticketmaster durante a venda) não desanimou os espectadores: ela já tocou para mais de 3 milhões de fãs até agora. Alguns Swifties também esperaram horas na fila para comprar os cobiçados moletons da turnê por US$ 75.
Ambas as estrelas continuarão a arrecadar milhões com o lançamento dos filmes sobre suas turnês. O de Swift, cuja produção custou cerca de US$ 15 milhões, segundo o New York Times, deverá arrecadar mais de US$ 125 milhões nas bilheterias dos EUA neste fim de semana de estreia, e outros US$ 60 milhões internacionalmente. Renaissance: A Film By Beyoncé estreia em 1º de dezembro. (As estimativas da Forbes não incluem receitas potenciais ou de pré-venda dos filmes.)
Leia também:
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- Turnê da Beyoncé realmente teve impacto inflacionário na Suécia?
Gastos das turnês mais lucrativas
Mas nem todo dinheiro movimentado por uma turnê vai diretamente para o bolso do artista. “Quando você faz turnês dessa magnitude, você pode ter uma equipe de centenas de pessoas prestando serviços”, disse Jarred Arfa, chefe de música global do Independent Artists Group, que representa Billy Joel e Metallica, entre muitos outros.
O quadro de uma turnê global normalmente inclui companheiros de banda, cantores e dançarinos de apoio, membros da equipe, engenheiros de som e designers de iluminação e palco, todos os quais se deslocam de cidade em cidade com o artista principal. É claro que os locais precisam ser alugados e, no caso de estrelas que se apresentam em estádios, transformados de campo em palco. Do lado comercial, há também o gerente e o agente do headliner, além do promotor e da empresa de bilheteria, que recebem uma parte da receita bruta.
Os preços mais altos dos ingressos – os de Swift foram estimados em US$ 253 em média, rendendo a ela cerca de US$ 10 a US$ 13 milhões por noite – não significam necessariamente um salário líquido mais alto para um artista. Os custos de transporte rodoviário e de frete aumentaram significativamente desde a pandemia, e fazer turnês internacionais normalmente custa mais do que fazer shows nos EUA.
Para que uma turnê seja lucrativa, os artistas precisam “arrecadar uma quantia significativa de dinheiro em muitas datas”, diz Arfa. E isso nem sempre acontece. Miley Cyrus afirmou recentemente que “não ganhou um centavo” com sua turnê Bangerz em 2014. É por isso que patrocínios, como o acordo de Swift com a Capital One, podem ajudar a compensar os altos custos.
Apesar das despesas significativas com a turnê, a Forbes estima que os 10 músicos mais bem pagos arrecadaram mais de US$ 1 bilhão entre 1º de janeiro e 31 de agosto. Outros artistas de destaque incluem Ed Sheeran, cuja turnê Mathematics rendeu cerca de US$ 110 milhões, e Coldplay, que ganhou cerca de US$ 85 milhões este ano com sua turnê mundial Music of the Spheres. A turnê Farewell Yellow Brick Road, de Elton John, a última da sua célebre carreira, terminou após cinco anos em julho. E fez história: tornou-se a turnê de maior bilheteria de todos os tempos, com um total de US$ 939 milhões.
Pelo menos até o próximo ano.
A segunda metade da Eras Tour de Swift será retomada em novembro com shows na Ásia, Europa, América do Sul – com passagem pelo Brasil –, antes de retornar à América do Norte. E quando terminar em 2024, espera-se que seja a primeira turnê a arrecadar bem mais de US$ 1 bilhão.
Metodologia
Os números representam os lucros antes dos impostos de 2023, de 1º de janeiro a 31 de agosto, menos taxas de representação – gerentes, advogados, agentes – e custos operacionais de viagens. As fontes incluem dados da Billboard e Pollstar, bem como entrevistas com especialistas e analistas do setor.
(traduzido por Fernanda de Almeida)