Para a planejadora financeira certificada Paula Bento, o mais importante é passar ensinamentos por meio do comportamento
No Dia das Crianças, os pequenos anseiam por presentes físicos. É com base nesse pensamento que a data prevê movimentar R$ 19 milhões em todo o Brasil, de acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Porém, e se além dos brinquedos, você presentear os seus filhos com lições de educação financeira?
Apesar da oferta crescente de informações e recursos tecnológicos para organizar as finanças pessoais, a formação – que deve ser adquirida na infância, e por meio de exemplos – continua fraca. De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), apenas metade dos brasileiros se consideram financeiramente organizados.
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Na visão da planejadora financeira certificada Paula Bento, sócia da HCI Invest, diversos comportamentos e falas podem influenciar no desenvolvimento da relação da criança com o dinheiro. “Ao escutar frases soltas como: ‘dinheiro não dá em árvore’ e ‘dinheiro não traz felicidade’, a criança pode ter interpretações que dificultem sua relação com dinheiro no futuro, apesar da verdade que trazem”, diz.
Para ela, há métodos práticos que auxiliam na educação financeira dos pequenos. Um deles é a famosa mesada. “Esse contato com a moeda física é importante, ainda mais hoje que vemos os jovens somente com o cartão de crédito. É necessário saber quanto dinheiro será necessário para pagar esse cartão no futuro e ter esses valores em mãos pode ajudar nessa percepção”, avalia.
Em sua opinião, o mais importante é passar ensinamentos por meio do comportamento. “O que nosso comportamento vai ensinar? Dinheiro é bom? É possível ganhar dinheiro, aproveitar os momentos e ainda assim investir? É bom trabalhar e ganhar dinheiro? Atenção ao que nossas ações estão demonstrando”, complementa.
Para obter mais indicações práticas para educar financeiramente as crianças, Forbes conversou com a fincare N26, que forneceu cinco recomendações. Confira:
Unsplash1. Converse abertamente com os seus filhos
Para muitas famílias, dinheiro ainda é um grande tabu. Mas essa lógica deve mudar, se a intenção for criar uma relação interessante dos pequenos com os valores.
Segundo Eduardo Prota, CEO da N26, a primeira recomendação da educação financeira é ser verdadeiro com a criança. “Busque sempre ser honesto e aberto sobre o que é o dinheiro, como ele é ganho e como pode ser gasto de maneira inteligente”, afirma. “Sempre fale a verdade quando não conseguir comprar algo, ou quando estiver gastando demais. As crianças aprendem pela prática e por meio de lições. Por isso é imprescindível demonstrar boas práticas financeiras no dia a dia e saber dizer não, quando necessário.”
RichVintage/Getty Images2. Ensine a poupar
Poupar é tão importante quanto saber lidar com os gastos e pagamentos.
“Ensine a importância de organizar as finanças, incentivando seus filhos a guardarem parte da mesada ou do presente de aniversário em uma conta. Caso ainda utilize o dinheiro físico com frequência, o “cofrinho” pode ser uma opção. Se a criança está só no meio digital, mostre como você divide as contas e compartilhe, de maneira lúdica, a situação das finanças da família. Explique como o dinheiro economizado pode crescer ao longo do tempo.”
Thitiwat Junkasemkullanunt EyeEm / GettyImages3. Incentive metas financeiras
Na fase adulta, ter metas é uma das maiores maneiras mais fáceis de atingir seus objetivos. Mas esse comportamento deve ser incentivado. “Ajude seus filhos a definir metas financeiras, como economizar para um brinquedo, um videogame ou um passeio especial. Um exemplo para crianças mais velhas é oferecer pequenos trabalhos em troca de um “salário”, como lavar o carro e tirar o lixo. Isso os motiva a praticar o controle financeiro, também auxilia na paciência e na descoberta do valor do trabalho”, diz o CEO.
Lock Stock/Getty Images4. Faça atividades educativas
Educar por meio de atividades que os pequenos gostem é outra boa alternativa. “Um exemplo é fazer do supermercado uma aula de educação financeira. Busque levar seu filho ao dia de compras e converse sobre o orçamento da compra e o valor do dinheiro. Além disso, existem também jogos de tabuleiro e aplicativos educacionais que podem servir de ferramenta para o ensino.”
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5. Informe-se com especialistas
Existe muito conteúdo de educação financeira para crianças, como os livros “Meu dinheirinho”, “Crise financeira na floresta”, por exemplo. Incluir a leitura sobre o assunto no dia a dia dos seus filhos pode ser um passo interessante para unir literatura à educação financeira.
1. Converse abertamente com os seus filhos
Para muitas famílias, dinheiro ainda é um grande tabu. Mas essa lógica deve mudar, se a intenção for criar uma relação interessante dos pequenos com os valores.
Segundo Eduardo Prota, CEO da N26, a primeira recomendação da educação financeira é ser verdadeiro com a criança. “Busque sempre ser honesto e aberto sobre o que é o dinheiro, como ele é ganho e como pode ser gasto de maneira inteligente”, afirma. “Sempre fale a verdade quando não conseguir comprar algo, ou quando estiver gastando demais. As crianças aprendem pela prática e por meio de lições. Por isso é imprescindível demonstrar boas práticas financeiras no dia a dia e saber dizer não, quando necessário.”
