Se você está atento às notícias, sabe que depender apenas da previdência social para a aposentadoria pode não ser a melhor estratégia. Embora seja importante contribuir mensalmente para o INSS e garantir benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, a previdência social enfrenta uma crise financeira há anos. Portanto, é importante que você comece a planejar sua aposentadoria o quanto antes, para não depender da aposentadoria do governo.
Existem várias estratégias de investimento que podem garantir uma boa renda na aposentadoria, como planos de previdência privada, Tesouro Direto RendA+, dividendos de ações e fundos imobiliários. A escolha da estratégia de investimento ideal depende das suas metas financeiras.
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Importante dizer que, independente de suas metas, alguns passos são inevitáveis em seu planejamento para a aposentadoria:
1. Avalie suas finanças pessoais
Faça um balanço completo de sua vida financeira: renda, custos fixos e variáveis, investimentos atuais, bens e dívidas. A diferença entre o que você possui (ativos) e suas despesas recorrentes (passivo) é o seu patrimônio líquido. Ter clareza sobre esse número e revisá-lo anualmente ajudará você a manter-se dentro do plano de metas traçado.
2. Defina sua meta de aposentadoria
Investir com o objetivo de se aposentar é muito vago. Para montar uma carteira estruturada, você precisa detalhar essa meta: qual idade você quer se aposentar? Qual será sua renda mensal quando parar de trabalhar? Quanto você precisa acumular até a data definida para se aposentar?
Lembre-se de incluir nessa conta, a projeção de inflação, do contrário, seu poder de compra será comprometido .
3. Conheça as opções de previdência privada
No Brasil, existem dois tipos de previdência privada: VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). Ambos permitem que você defina o valor e a periodicidade das suas contribuições, além do tipo de alíquota do Imposto de Renda.
Considere conversar com um especialista que possa orientar qual o tipo de plano de previdência mais adequado ao seu caso.
Se quiser conhecer um pouco mais sobre o tema, no meu canal do youtube tem uma aula gratuita com duas horas de duração, falando sobre previdência privada.
4. Pesquise modalidades de investimentos
Investir em ações e fundos imobiliários é uma ótima opção para quem deseja uma renda complementar à aposentadoria. Apesar da volatilidade desses ativos, eles oferecem maior valorização do patrimônio no longo prazo.
Além disso, ações e fundos imobiliários asseguram uma renda perpétua, pois enquanto você mantiver os ativos sob sua custódia, irá receber os dividendos correspondentes isentos de Imposto de Renda.
5. Comece a investir cedo
Quanto mais cedo você começar a investir para a aposentadoria, mais benefícios terá. Isso inclui criar o hábito de destinar uma parte da sua renda para esse fim todos os meses.
Além disso, há uma série de outras vantagens em começar cedo:
- quanto mais tempo para que os juros compostos trabalhem para você, maior a acumulação de patrimônio;
- será possível destinar uma parcela maior de seu aporte para ativos com maior risco/retorno, pois haverá tempo hábil para recuperar eventuais perdas;
- você terá mais tempo para aprimorar sua estratégia, adquirindo conhecimento em um número maior de modalidades de investimento;
- a maior parte de seus aportes acontecerá na fase da vida adulta em que você está mais produtivo e com disposição para gerar várias alternativas de renda.
6. Cuidado com as emoções
Por mais que as decisões sobre investimentos pareçam algo matemático e meramente racional, não subestime a influência que as emoções exercem sobre elas, pois isso acontecerá em algum momento, portanto, esteja atento.
O mercado se movimenta em ciclos de alta e baixa, impactando o resultado dos investimentos. Assim, quando os investimentos estão apresentando alta performance, temos a tendência a ficar excessivamente confiantes, subestimando os riscos.
Por outro lado, quando os investimentos vão mal, a aversão à perda pode dominar e, eventualmente, nos levar a vender ativos com prejuízo e migrar para investimentos considerados de baixo risco.
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Em ambos os casos, decisões tomadas sob influência das emoções podem causar perdas substanciais, além de privá-lo da oportunidade de ganhar dinheiro com cada um dos ciclos de mercado.
Manter uma carteira diversificada, com classes de ativos com diferentes graus de risco irá funcionar como proteção e dará mais tranquilidade para tomar decisões com calma e baseadas em fundamentos, em vez de reagir ao calor dos acontecimentos.
7. Priorize seu planejamento financeiro
Assumir responsabilidade pelas suas finanças pessoais é uma das melhores decisões que você pode tomar na vida. Se você não tem tempo ou disposição para cuidar dos seus investimentos sozinho, considere contratar um especialista em mercado.
Há excelentes profissionais que podem auxiliar no planejamento financeiro de forma independente e totalmente customizada, portanto, contratar um planejador financeiro certificado, ou um consultor CVM credenciado, pode ser uma excelente forma de ganhar tempo e otimizar seus investimentos.
Fazer o quanto antes o plano de aposentadoria é algo que nenhum de nós pode se dar ao luxo de negligenciar, portanto, coloque-se como prioridade em sua própria vida e comece já.
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.
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