Um estudo do banco suíço UBS mostrou que, das 137 pessoas que se tornaram bilionários em 2023, 53 chegaram a esse patamar por meio de heranças e 84 conseguiram os dez dígitos por meio de investimentos ou empresas. No entanto, em conjunto os herdeiros receberam mais dinheiro. As transferências patrimoniais somaram US$ 150,8 bilhões, ante os US$ 140,7 bilhões de crescimento das fortunas do outro grupo.
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Foi a primeira vez desde que o UBS começou a realizar o Relatório de Ambições Bilionárias, em 2014, que o resultado das heranças supera o empreendedorismo na formação de patrimônio. No entanto, segundo o banco, não será a última.
Segundo o UBS, a expectativa é que mil bilionários idosos transfiram suas fortunas para seus herdeiros nos próximos 20 a 30 anos, um valor estimado em US$ 5,2 trilhões. O Relatório foi realizado por meio de entrevistas com 79 clientes bilionários. E, para 58% dos entrevistados, a preparação dos herdeiros é “um de seus maiores desafios”.
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Não é um acaso. Mais da metade dos entrevistados que se tornaram bilionários por meio de herança afirmaram que pretendem se afastar dos negócios da família para perseguir “suas próprias ambições”. A minoria, 43% dos entrevistados, afirmou que iria assumir posições no alto escalão das empresas familiares.
“O principal problema com a geração mais jovem que é preciso educá-la para ser ambiciosa”, declarou um bilionário entrevistado. “Eles consideram as conquistas e a situação das empresas como algo garantido, ao passo que a geração fundadora tem de fazer o trabalho.”
A pesquisa também concluiu que os herdeiros são menos propensos à caridade. Cerca de 68% dos bilionários de primeira geração afirmaram que a filantropia era uma parte importante do seu legado. Ne geração herdeira, esse percentual caiu para 32%.
Baby Boomers
O UBS informou que a transferência de riqueza ganhou impulso. Um relatório recente do Bank of America diz que a maior parte da riqueza em dinheiro ainda está nas mãos da geração “Baby Boomer”, os nascidos entre 1945 e 1964. O património líquido médio está em US$ 970 mil e US$ 1,2 milhão. No entanto, segundo o relatório, “a transferência de riqueza para os millennials, nascidos entre 1985 e 1999, já começou”. Espera-se que os boomers transfiram US$ 72,6 trilhões aos herdeiros até 2045, afirma a consultoria financeira Cerulli and Associates.
Essa quantia impressionante levou muitos especialistas a se referirem-se ao evento gradual como a “grande transferência de riqueza” dos Baby Boomers. Em nenhum momento anterior da história dos Estados Unidos, uma quantidade tão vasta de riqueza trocou de mãos por meio de sucessão. passou pelas mãos de gerações.
Como o nome sugere, esta geração, nascida entre 1945 e 1964, representou um crescimento repentino da população após a Segunda Guerra Mundial. Após décadas de prosperidade e crescimento económico, esta geração acumulou uma riqueza financeira significativa e controla cerca de 70% dos investimentos disponíveis. Isso não inclui apenas os bilionários, mas também as aplicações previdenciárias da classe média nos Estados Unidos e na Europa.
Educação financeira
Uma questão frequente é se gerações herdeiras estão preparadas e são financeiramente educadas para lidar com o que vão receber. De acordo com um estudo de 2018 do TIAA Institute, apenas 11% dos millenials apresentavam um nível “relativamente elevado” de letramento financeiro, com outros 28% do grupo apresentando um nível “muito baixo”.
Os membros da Geração X não se saem muito melhor, com estimativas da indústria mostrando dificuldades com gastos e hábitos de poupança.
Por outro lado, uma perspectiva e um contraponto que os especialistas citam frequentemente quando discutem esta grande transferência de riqueza é que nem todos os US$ 30 bilhões de dólares serão transmitidos através de gerações.
Grande parte desta riqueza será gasta em férias, atividades de lazer, despesas diárias, contas médicas e serviços de saúde. Um estudo conduzido pela Gransnet.com descreveu que aproximadamente 19% dos Baby Boomers planejam não deixar nenhuma herança para seus filhos.