O Bradesco anunciou na quinta-feira (23) uma troca de comando e deu posse ao sexto CEO de sua história. Saiu Octavio de Lazari Jr., que estava no comando do banco desde 2018, e entrou Marcelo de Araújo Noronha. Com 38 anos de carreira no mercado bancário, Noronha está no Bradesco desde 2003, quando o banco adquiriu o BBVA, de capital espanhol.
-
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Para Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, a mudança tem o propósito de iniciar um ciclo de projetos e objetivos estratégicos robustos para os próximos anos, em um contexto de mercado “absolutamente desafiador”.
“Marcelo Noronha apresenta carreira consistente, sólida, e acreditamos que suas prerrogativas serão adequadas e compatíveis à conjuntura econômica e às exigências do mercado”, declarou Trabuco em nota.
Leia mais:
- Ibovespa atinge máxima de 2021, impulsionado por Bradesco
- Bradesco muda administração e indica Marcelo Noronha para presidência
Noronha ocupou postos de gestão em diferentes áreas de negócio até alcançar a posição de vice-presidente. Sua última área de responsabilidade foram os segmentos Varejo e Prime, além de Marketing, CRM, Vendas Digitais e bancos next e Digio.
Reação do mercado
A troca foi bem recebida pelo mercado financeiro. As ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, com valorização de 2,67%, fechando a R$ 16,15.
Segundo o economista Luiz Eduardo Assis, que foi vice-presidente do banco HSBC no Brasil, comprado pelo Bradesco em 2016, a transição foi uma “surpresa para todos, mas o mercado gostou”. Segundo ele, o Bradesco está mudando em busca de melhores resultados, “mas com moderação, pois essa é uma das características do banco”.
Para Assis, a experiência de Marcelo Noronha, que tem cerca de 20 anos de banco, certamente não traz risco para nenhuma mudança radical nos princípios que diferenciam o Bradesco de todas as outras instituições financeiras. “Uma mudança profunda só ocorreria com a contratação de um executivo de fora, mas aí seria algo muito abrupto para o banco.”
De acordo com Roberto Luis Troster, ex-economista-chefe da Febraban e especializado no setor, a mudança indica uma gestão proativa do banco. “Os dois são executivos muito bons. O Octavio continua no conselho, ocupando um papel mais estratégico e Marcelo como executivo. A troca foi bem recebida pelo mercado”, diz.
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ressalta que a experiência e a trajetória de Noronha darão continuidade à “exitosa atuação da instituição no desenvolvimento bancário brasileiro”.