Em 2023, o Brasil se transformou no quarto maior mercado de beleza do mundo, de acordo com o último levantamento realizado pela empresa Euromonitor International. A Naos, grupo francês de dermocosméticos dono das marcas Bioderma, Esthederm e Etat Pur, conhece esses dados de perto e investiu, apenas neste ano, R$ 90 milhões para expandir a sua presença no país.
Até agora, os investimentos trouxeram bons retornos. Em 2023, a companhia faturou R$ 200 milhões, crescimento de 25% em relação a 2022. Hoje, o grupo é o 6º maior de dermocosméticos do país.
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O grupo, que chegou ao Brasil em 2015 com uma única marca em seu portfólio, precisou começar do zero por aqui. “Nós chegamos tarde no país, já que nossos concorrentes estão aqui desde 2000. Mas isso não nos impediu de crescer”, diz Maurilio Teixeira, CEO da Naos no Brasil. “Para isso, nós investimos R$ 150 milhões nos primeiros sete anos da marca e os resultados são nítidos.”
Teixeira explica que a marca tem uma filosofia de não dar passos para trás, o que a ajudou a nunca fechar um posto de vendas em todo o mundo. Por isso, foi necessário estruturar o negócio para chegar ao Brasil, já que o consumo de cosméticos daqui é bastante diferente do visto na França.
“Os hábitos dos brasileiros em relação aos cosméticos são muito distintos dos franceses. Sabendo disso, nós desenvolvemos diversas fórmulas adaptadas por aqui, que voltam para a fábrica na França para a fabricação, e viajam novamente ao Brasil para serem comercializadas”, afirma Julia Blum, head de marketing da companhia.
Com esse processo de produção, o grupo conseguiu trazer suas outras duas marcas para o Brasil. A Esthederm, do segmento de luxo, é vendida por aqui desde 2020, e a Etat Pur, uma marca mais focada em beleza limpa e no público jovem, que começou a ser vendida em setembro deste ano.
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Em seu portfólio, a Bioderma continua representando 80% das vendas do grupo. Desta forma, sozinha, a Bioderma faturou R$ 150 milhões em 2023, valor três vezes superior ao visto em 2019, período pré-pandemia.
A Esthederm obteve um faturamento de R$ 20 milhões nos doze meses, crescimento de 30% em relação ao ano anterior, sendo que 50% de suas vendas são feitas por canais digitais, já que a marca nasceu no Brasil em meio ao período de distanciamento social e se manteve forte nesse setor. O restante das vendas é feito por farmácias parceiras da marca. “Nós ficamos muito felizes com o crescimento da marca, que, em menos de três anos, já está nos dando lucro”, afirma Teixeira.
Para a novata, a Etat Pur, o grupo espera atingir uma receita de R$ 20 milhões em 2026, com investimento de R$ 15 milhões em marketing no período. “Nós projetamos que a Etat Pur faça o movimento contrário da Bioderma e tenha 70% de suas vendas feitas online e apenas 30% de forma presencial”, diz o CEO. “A marca deve se tornar lucrativa muito rápido também, já que atinge diretamente o consumidor.”
Para 2024, o executivo estima um faturamento de R$ 260 milhões do grupo como um todo. “Estamos muito confiantes com o ambiente econômico, com a redução da taxa de juros e com o consumidor cada vez mais voltando aos seus hábitos pré-pandemia, que contam com skincare e maquiagem no seu dia a dia”, diz Teixeira. Além disso, a companhia espera entrar no top 3 das maiores marcas de dermocosméticos do país.
As expectativas para 2026 são ainda maiores, quando o executivo acredita atingir um faturamento de R$ 400 milhões para o grupo.