O Ibovespa opera em alta de 0,40% na abertura do pregão desta terça-feira (19), a 131.611 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os investidores acompanham a repercussão da Ata do Copom, divulgada pelo Banco Central nesta manhã. O documento mostra uma distensão no cenário externo, especialmente devido à baixa da inflação e à perspectiva de baixa dos juros nas economias centrais. “O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.
O dólar recuava 0,34% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,8878.
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O Banco Central avalia que a evolução do mercado de trabalho e da ociosidade da economia é relevante para o comportamento de preços à frente, de acordo com a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira, reforçando que as expectativas de inflação seguem desancoradas e são fator de preocupação.
O documento ainda passou a apontar que, após acumular mais evidências, o BC elevou um pouco o impacto inflacionário do El Niño sobre a inflação de alimentos. A avaliação representa mudança em relação à análise feita em novembro, que apontava “impacto relativamente pequeno” do fenômeno climático sobre os preços.
A ata mostrou que o mercado de trabalho segue aquecido no Brasil, com “alguma moderação na margem”, ressaltando que os dados referentes à contratação no emprego formal se mantêm em níveis elevados e compatíveis com um mercado de trabalho bastante dinâmico.
“A evolução prospectiva do hiato do produto e o comportamento do mercado de trabalho foram considerados muito relevantes para determinar a velocidade com que a inflação atingirá a meta”, apontou o documento.
O documento ressaltou ainda que foi observada ampliação dos ganhos reais de salários no período mais recente, o que pode refletir questões temporárias, ainda sem evidência de pressões salariais.
“É importante seguir monitorando com bastante atenção as diferentes variáveis do mercado de trabalho, em particular com um acompanhamento minucioso da dinâmica de rendimentos reais”, disse.
No cenário corporativo, a geradora de energia Auren e a empresa de telecomunicações Vivo fecharam um acordo para criação de uma joint-venture focada na comercialização de energia elétrica para o mercado livre, mirando a liberalização que ocorrerá para consumidores de menor porte nos próximos anos.
O negócio irá reunir a experiência da Auren no setor elétrico e a capacidade da Vivo na distribuição em escala e oferta de serviços digitais, destacaram as empresas em comunicado divulgado na noite de segunda-feira (18).
A Cosan anunciou a emissão de debêntures simples no valor de R$ 3,29 bilhões e vencimento em 2029, conforme comunicado ao mercado.
Os recursos líquidos obtidos com a emissão serão destinados à gestão ordinária de seus negócios, disse a empresa.
Mercados internacionais
Na Ásia, as ações chinesas terminaram praticamente estáveis nesta terça-feira, já que o sentimento dos investidores permaneceu fraco em meio a dados econômicos e à leitura de uma reunião de definição de agenda entre os principais líderes do país.
A China é capaz de atingir um crescimento econômico de 5% em 2024, disse Wang Yiming, consultor do banco central, nesta terça-feira.
É provável que a economia da China cresça 5% no próximo ano, se o investimento aumentar de 4% a 5%, o consumo aumentar de 6% a 7% e as exportações voltarem a crescer, disse Wang em um fórum econômico em Pequim.
A China tem espaço para aumentar o apoio à economia, uma vez que o ônus da dívida do governo central é relativamente baixo e os preços ao consumidor também estão baixos, disse Wang.
No Japão, o BoJ manteve a política monetária ultrafrouxa nesta terça-feira, em um movimento amplamente esperado, já que o banco central optou por aguardar mais evidências sobre se os salários e os preços subirão o suficiente para justificar uma mudança no forte estímulo monetário.
O banco central também não fez nenhuma alteração em sua orientação de política monetária , frustrando as expectativas de alguns operadores de que ajustaria a linguagem para sinalizar um fim no curto prazo às taxas de juros negativas.
O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse que os preços e os salários parecem estar se movendo na direção certa, com os sindicatos e as grandes empresas sinalizando a chance de ganhos salariais sustentados no próximo ano. Mas ele alertou que as condições permanecem incertas.
O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 0,75%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,17%. Já na China continental, o índice Shanghai ganhou 0,05%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 1,41%.
Na Europa, a redução das taxas de juros deve ocorrer em algum momento de 2024, disse o presidente do Banco da França e membro do Banco Central Europeu (BCE), Francois Villeroy de Galhau, nesta terça-feira.
Villeroy também reafirmou à rádio France Inter que a inflação deve voltar a cair para 2% até 2025, no máximo. “Vou dizer isso muito claramente esta manhã – não se trata apenas de uma previsão, mas de um compromisso. Vamos reduzir a inflação para 2% entre hoje e 2025, no mais tardar”, disse Villeroy. “A inflação tem sido a principal preocupação dos franceses, e está começando a diminuir”, acrescentou.
O Stoxx 600 ganhava 0,33%; na Alemanha, o DAX avançava 0,47%; o CAC 40 em alta de 0,47% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,24%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 0,03% no Reino Unido.
(Com Reuters)