A Nike reduziu na quinta-feira (21) sua previsão de vendas anuais, culpando os gastos cautelosos dos consumidores, vendas online mais fracas e mais promoções, e disse que planeja cortar o fornecimento de importantes linhas de produtos para gerenciar os custos, fazendo com que suas ações caíssem 11%.
A empresa disse que está buscando economizar US$ 2 bilhões nos próximos três anos, por meio de medidas que incluíam a diminuição do fornecimento de alguns produtos, a melhora de sua cadeia de suprimentos, a redução de camadas de gerenciamento e o aumento do uso da automação.
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O negócio de atacado da Nike tem estado sob pressão persistente, à medida que os varejistas fazem menos pedidos em meio à demanda instável. A fraqueza também está aparecendo nas vendas online, forçando a empresa a aumentar as promoções. As vendas na China também recuaram com a desaceleração da economia.
“Estamos vendo indícios de um comportamento mais cauteloso do consumidor em todo o mundo”, disse o chefe de finanças da Nike, Matthew Friend, em uma conferência.
A Nike projetou que a receita total do ano fiscal aumentará cerca de 1%, abaixo de sua previsão anterior de crescimento percentual em meados de um dígito. Os analistas esperavam um aumento de 3,8%, de acordo com dados da LSEG.
“A Nike está falando em reduzir o número de produtos… talvez a empresa sinta que há muitos produtos que não são de alta margem e que não geram vendas significativas”, disse David Swartz, analista sênior de ações da Morningstar.
Mas a Nike disse que também estava lançando modelos mais modernos para atrair os consumidores, aproveitando o sucesso de lançamentos recentes como os tênis de basquete Sabrina 1, LeBron 21 e Tatum 1.
“Em um ambiente como esse, quando o consumidor está sob pressão e a atividade promocional é maior… é a novidade e a inovação que fazem com que o consumidor aja… é isso que vai nos puxar em um mercado promocional”, disse Friend.
A Nike espera que os próximos lançamentos das linhas GT Cut, Book 1 e Kobe, planejados para os próximos três meses, impulsionem as vendas.
A empresa não entrou em detalhes sobre quais linhas de produtos planeja cortar os suprimentos, mas disse que suas linhas icônicas de tênis, como Air Force 1, Dunk e Court, estão todas com bom desempenho.
A empresa registrou uma receita total de US$ 13,39 bilhões no segundo trimestre fiscal encerrado em 30 de novembro, ficando aquém das estimativas de US$ 13,43 bilhões.
Por volta das 16h, os ativos da Nike negociados na Bolsa Brasileira sob o ticker NIKE34 apresentavam uma queda de 11,7%, sendo negociados a R$ 52,88. Nos EUA, as ações da loja de calçados (NKE) registravam um recuo de 11,6%, atingindo US$ 108. As concorrentes também seguiram o mesmo movimento, com a Adidas (ADDY) apresentando uma queda de 5,59%, cotada a US$ 101. Na Europa, a Puma (PUM) registrava uma redução de 7,18%, sendo negociada a 49,90 euros.