As maiores empresas globais de transporte marítimo, como a dinamarquesa Møller-Maersk e a alemã Hapag-Lloyd, interromperam ou redirecionaram as operações no Mar Vermelho devido aos riscos de ataques do grupo rebelde Houthi do Iêmen. Isso fez com que redes varejistas, especialmente da Europa, alertassem sobre eventuais atrasos nas entregas e escassez de produtos.
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Mais de 100 navios porta-contêineres foram redirecionados, trocando rotas pelo Mar Vermelho pela circunavegação da África devido aos ataques Houthi, disse a empresa de logística Kuehne+Nagel. Segundo a CNBC, até a terça-feira (19), cerca de US$ 80 bilhões em cargas que deveriam ter passado pelo Mar Vermelho foram desviados para outras rotas.
A mudança aumentou os custos do transporte e provocou atrasos, já que os navios com destino à Europa têm uma rota muito mais curta através do Canal de Suez. Algumas empresas chegaram a considerar trocar o modal por remessas aéreas ou ferroviárias.
A empresa sueca de móveis Ikea informou na terça-feira (19) que enfrenta uma possível escassez de certos produtos e espera atrasos nas remessas e que está “em diálogo constante com nossos parceiros de transporte para garantir a segurança das pessoas”.
Um porta-voz do grupo de laticínios Danone disse à Reuters que os tempos de transporte aumentaram devido ao desvio da maioria de suas remessas. A empresa informou que, se os ataques continuarem nos próximos dois a três meses, será preciso buscar rotas alternativas por mar ou por terra, embora a Danone tenha afirmado que “não há, ainda, nenhum impacto significativo a curto prazo” na sua atividade e que está “monitorando a situação” com os seus fornecedores e parceiros.
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Uma das maiores empresas de eletrodomésticos do mundo, a Electrolux, informou que espera que as entregas sejam limitadas enquanto busca rotas alternativas e prioriza certas entregas. E a marca de roupas Abercrombie & Fitch disse aos fornecedores na quarta-feira que estava considerando usar frete aéreo, muito mais caro, para evitar interrupções no fornecimento.
As taxas de transporte marítimo global também aumentaram devido aos ataques no Mar Vermelho. O preço do transporte de um contêiner da China para o Mediterrâneo era de US$ 2,4 mil na terça-feira, alta de 44% em dezembro.
Combates
Desde o início dos combates entre Israel e o grupo extremista muçulmano Hamas, há mais de dois meses, os Houthis lançaram ataques contra navios da Marinha dos EUA, navios de carga e petroleiros que estavam navegando no Mar Vermelho. O Houthi é um grupo rebelde xiita apoiado pelo Irã no Iêmen e alinhado com o Hamas.
Muitos navios comerciais passam pelo Mar Vermelho e pelo Canal de Suez nas rotas da Ásia para a Europa. O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, disse na terça-feira que os EUA estão liderando uma força naval multinacional para proteger e defender as operações comerciais no Mar Vermelho.
Em 15 de dezembro, a Maersk instruiu os seus navios a interromper as viagens através do Estreito de Bab al-Mandab, que liga o Mar Vermelho ao Oceano Índico, após um “quase incidente” com rebeldes Houthi envolvendo o navio Gibraltar. Em 18 de dezembro, a petrolífera BP suspendeu todos os envios de petróleo, líquidos, gás natural e outros fornecimentos de energia através do Mar Vermelho.