Os grandes bancos dos Estados Unidos devem exibir resultados de quarto trimestre menores, impactados por provisões maiores para inadimplência e necessidade de pagamentos maiores aos depositantes.
A receita líquida de juros (NII, na sigla em inglês) dos maiores bancos — ou a diferença entre o que eles ganham com os empréstimos e o que pagam pelos depósitos — provavelmente caiu em média 10% no quarto trimestre, disseram os analistas do Goldman Sachs. Um declínio estimado em 15% na receita de trading também pesará sobre o setor, disseram eles.
-
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
JPMorgan Chase, Bank of America, Citigroup e Wells Fargo divulgam resultados do quarto trimestre e do ano na sexta-feira.
Os bancos tiveram de reservar mais capital no quarto trimestre para se prepararem para a inadimplência dos clientes. Os lucros também poderão ser reduzidos pelo fato de os bancos pagarem mais para manterem o dinheiro dos depositantes em suas contas.
Analistas esperam que o lucro por ação do Bank of America caia 23% no quarto trimestre em relação ao ano anterior, enquanto os resultados de Citigroup e Morgan Stanley devem cair, segundo essas projeções, 25% e 17%, respectivamente, de acordo com estimativas compiladas pela LSEG. A previsão é de que o lucro por ação caia 3% no JPMorgan e 2% no Goldman Sachs.
Em contrapartida, o lucro do Wells Fargo será beneficiado por redução nas despesas, incluindo algumas relacionadas a ordens regulatórias, segundo analistas.
Separadamente, os investidores do Citigroup buscarão sinais de que sua ampla reestruturação aumentará os retornos. E o novo presidente-executivo do Morgan Stanley, Ted Pick, apresentará uma atualização de estratégia, sua primeira desde que assumiu o comando no início do ano.
Analistas também esperam que os maiores bancos dos EUA registrem cobranças para reabastecer um fundo do Federal Deposit Insurance Corp, agência dos EUA garantidora de depósitos, depois que ele foi drenado pelos colapsos do Silicon Valley Bank e do Signature Bank no ano passado.
“Há muita incerteza macroeconômica agora e é difícil prever a trajetória da receita líquida de juros”, disse o analista do Bank of America, Ebrahim Poonawala. Ele citou o debate sobre o ritmo potencial dos cortes nas taxas de juros do Federal Reserve este ano como uma das principais questões que pairam sobre os mercados.
O índice KBW de ações de bancos caiu 5,4% no ano passado e acumula uma queda de 0,7% nos primeiros dias de 2024.
“Acho que 2024 será um ano de transição e preparará o terreno para a retomada de um crescimento maior dos empréstimos em 2025”, disse Jason Goldberg, analista do Barclays.