O IPCA-15 iniciou 2024 com desaceleração e bem mais fraco do que o esperado, após a inflação ter voltado a ficar abaixo do teto da meta em 2023 em meio ao afrouxamento monetário promovido pelo Banco Central.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve em janeiro alta de 0,31%, depois de ter subido 0,40% em dezembro, mostraram nesta sexta-feira dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
-
Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
A leitura mensal do indicador considerado prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA, ficou bem aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de uma aceleração da alta a 0,47%.
O resultado leva o IPCA-15 a acumular nos 12 meses até janeiro avanço de 4,47%, contra 4,72% no mês anterior e projeção de analistas de 4,63%.
A meta para a inflação este ano é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
A inflação ao consumidor brasileiro encerrou 2023 com alta acumulada de 4,62% e com isso o IPCA voltou a ficar abaixo do teto da meta depois de dois anos seguidos de estouro do objetivo, embora tenha apontado pressão em dezembro.
A percepção em geral é de que a inflação no Brasil está controlada, corroborando o ciclo do corte de juros adotado pelo Banco Central. A autoridade monetária já cortou a taxa básica Selic em 2 pontos percentuais, levando-a ao patamar atual de 11,75% ao ano, e volta a se reunir no final deste mês, com expectativa de nova redução de 0,5 ponto.
O ano de 2024, no entanto, começou sob pressão dos preços de Alimentação e Bebidas, que têm forte peso no bolso do consumidor.
Esse grupo registrou em janeiro a maior alta, de 1,53%, e o maior impacto no índice geral, de 0,32 ponto percentual, acelerando com força depois de ter subido 0,54% em dezembro.
A alimentação no domicílio subiu 2,04% em janeiro com destaque para o aumento da batata-inglesa (25,95%), do tomate (11,19%), do arroz (5,85%), das frutas (5,45%) e das carnes (0,94%). Já o aumento do custo da alimentação fora do domicílio desacelerou a 0,24%, de 0,53% em dezembro.
Por outro lado, o grupo Transportes ajudou a segurar o resultado do IPCA-15 com deflação de 1,13% em janeiro, devido principalmente à queda de 15,24% das passagens aéreas.
Os combustíveis também apresentaram recuo de preços, de 0,63%, com quedas no etanol (-2,23%), óleo diesel (-1,72%) e gasolina (-0,43%).
A pesquisa Focus realizada junto ao mercado e divulgada na segunda-feira pelo Banco Central mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 3,86%, com a Selic a 9,00%.