O banco Santander Brasil (SANB11) divulgou na manhã desta quarta-feira (31) um lucro líquido de R$ 2,204 bilhões no quarto trimestre, queda de 19,2% em relação ao trimestre anterior e abaixo da mediana das expectativas, que era de R$ 2,8 bilhões. No acumulado do ano o lucro foi de R$ 9,38 bilhões, baixa de 27,3% ante 2022. Às 13 horas as units do banco estavam em baixa de 2,8% a R$ 28,40. O Ibovespa (IBOV) estava subindo 1%.
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O resultado foi prejudicado por uma elevação na Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que avançou para R$ 6,837 bilhões no quarto trimestre, alta de 21,7% ante o trimestre anterior. A PDD cresceu, segundo o banco, por um “caso específico entre os clientes de atacado”, sem mencionar especificamente o caso da Americanas (AMER3), que divulgou um rombo contábil de R$ 20 bilhões em janeiro de 2023.
Ao comentar os resultados, Mário Leão, CEO do Santander, afirmou que o banco alterou a PDD considerando as perspectivas futuras do fluxo de caixa do devedor, sem citar o nome da Americanas. “O número veio acima do esperado, mas isso está ligado a operações específicas no nosso segmento de atacado”, disse ele. “Porém, o nosso portfólio de pequenas e médias empresas está se comportando bem.”
Cartões de crédito
Segundo Leão, o crescimento futuro dos resultados será baseado em um crescimento “consistente e pulverizado” da carteira de crédito, concentrado em cartões de crédito. O banco, disse ele, tem uma agenda ambiciosa e quer dobrar sua participação nesse mercado em alguns anos, sem definir um prazo específico. “Mas não serão 20 anos”, afirmou.
Esse é o principal item nas receitas de serviços do banco, que obteve R$ 5,48 bilhões no quarto trimestre. Desse total, R$ 1,56 bilhão, ou 28,4%, vieram de cartões. O faturamento com os plásticos cresceu 10,2% no trimestre. No acumulado de 2023 a receita de comissões com cartões foi de R$ 5,697 bilhões, crescimento de 3,4% ante 2022. O total do ano passado foi de R$ 20,112 bilhões, aumento de 4,2% ante 2022.
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Para melhorar a rentabilidade, disse Leão, o banco adotou uma estratégia de simplificação da grade de produtos. Atualmente o Santander oferece aos clientes um número de cartões 31% menor do que oferecia dois anos atrás. “Quando iniciamos esse processo de simplificação nós oferecíamos cerca de 300 cartões”, disse ele. “Hoje oferecemos 100, e provavelmente esse número vai cair mais.” O executivo afirmou que esse processo de simplificação permite reduzir os custos e melhorar as margens do banco.
