Os bancos norte-americanos podem perder até US$ 35 bilhões em receitas em 2025, de acordo com as atuais propostas de novas regras de capital que podem “nivelar o campo de jogo” para instituições financeiras europeias, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira (15).
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Os padrões de Basileia conhecidos como “Basel III Endgame”, a etapa final das regras internacionais de capital bancário que se seguiram à crise financeira global, podem afetar os bancos dos EUA de forma desproporcional, de acordo com a consultoria Oliver Wyman.
Cada país decide como aplicará as regras de Basileia acordadas globalmente, o que leva a algumas diferenças na prática, e as regras atuais propostas para os EUA são mais punitivas do que as propostas europeias na forma como o capital de risco de mercado, de crédito e operacional é calculado, acrescentou.
Os bancos europeus podem ganhar cerca de metade da receita perdida por seus pares dos EUA a partir do próximo ano, com empresas financeiras não bancárias, como fundos de crédito privado e provedores de liquidez não bancários, ganhando o restante, diz o estudo, acrescentando que a receita bancária europeia no atacado totalizou US$ 195 bilhões em 2023.
O Federal Reserve está considerando possíveis ajustes nas regras, que devem ser introduzidas em meados de 2025, depois que os bancos dos EUA alertaram que elas podem forçar um encolhimento do crédito.
Embora a Oliver Wyman espere mudanças na proposta atual das regras, a consultoria disse que o Acordo de Basileia III “pode fechar em grande parte a diferença de retorno entre os bancos dos EUA e da Europa, nivelando o campo de jogo para os europeus”.
“Isso representa uma mudança interessante de direção e uma oportunidade para os bancos europeus”, disse o sócio da consultoria Ronan O’Kelly à Reuters.
Os bancos europeus perderam participação de mercado para os bancos mais lucrativos dos EUA desde a crise financeira de 2008/2009, com as tabelas de recomendação dos bancos de investimento dominadas pelos gigantes de Wall Street.
Instituições europeias como Deutsche Bank, HSBC, Barclays, BNP Paribas, Société Générale e UBS viram sua participação nos negócios de mercados de capitais diminuir para 35% em 2022, de 41% em 2012, em comparação com os bancos norte-americanos JP Morgan, Citi, Goldman Sachs e Bank of America, segundo a Oliver Wyman.
No entanto, a participação dos europeus poderá aumentar 10 pontos percentuais após a adoção das regras de Basileia III, segundo a empresa.
O Morgan Stanley, que contribuiu para a pesquisa, foi excluído dos números.
As regras de Basileia III acordadas incluem requisitos mais rígidos de capital, alavancagem e liquidez para os grandes bancos e têm como objetivo aumentar a estabilidade financeira.
As regras atuais dos EUA provavelmente resultarão em um aumento de 35% nos chamados ativos ponderados pelo risco (RWA) para os bancos norte-americanos em nível global e para as subsidiárias nos EUA dos bancos internacionais, em comparação com 15% para os bancos europeus, disse a Oliver Wyman.
Os ativos ponderados pelo risco medem a quantidade de capital que os bancos precisam manter contra os riscos que assumem nos empréstimos.