As empresas familiares são responsáveis por 65% do PIB no Brasil, além de responderem por 75% dos empregos, de acordo com o IBGE. Apesar de terem tanta importância para a economia, essas companhias costumam ter vida curta. Isso é o que diz o estudo realizado pela EY, no qual a consultoria afirma que 30% dos negócios chegam à 2ª geração, enquanto apenas 13% deles fazem a transição para a 3ª geração.
Esse não é o caso da empresa de cama, mesa e banho Buddemeyer, que completou 72 anos em 2023, ano em que faturou R$ 700 milhões. Ela foi fundada pelo imigrante alemão Fritz Buddemeyer, que chegou ao Brasil em 1924. O controle e a gestão seguem com os descendentes de Fritz. O neto Rafael é o diretor comercial. Sua prima Caroline é diretora de operações de varejo, e o primo Fredy é diretor adjunto de operações.
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A empresa começou vendendo apenas para o mercado nacional, mas isso mudou ao longo dos anos. Entre as décadas de 1960 e 1990, 80% dos produtos eram exportados. No entanto, a partir dos anos 2000 o foco voltou ao mercado brasileiro. “Ainda exportamos cerca de 25% da nossa produção, mas é bem menos do que antes”, afirma Rafael.
A marca tem unidades industriais no Paraguai e na Argentina, além de contar com trabalhos na Índia, China e Paquistão, países especialistas em tecidos. Pensando em distribuição, a Europa e a Argentina ainda são grandes mercados da Buddemeyer.
Os canais de faturamento mais importantes são o varejo multimarcas, que representa cerca de 60% das vendas. Outros 25% são representados por compras online, enquanto 15% ficam com a distribuição própria da Buddemeyer.
Na visão de Rafael, a Buddemeyer preserva muitas características que tinha em sua fundação, mas sem deixar de se atualizar. É possível perceber isso nos consumidores. Antes a marca era voltada para mulheres de mais de 35 anos das faixas de renda A e B. Após a pandemia, o público rejuvenesceu 10 anos.
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“O público ficou mais atento a esses itens durante a pandemia e, como gostamos de dizer, o paladar não retrocede. Então, a partir do momento que você começa a consumir produtos legais, não quer saber de outra coisa”, afirma Rafael.
O ticket médio das lojas próprias da Buddemeyer gira em torno de R$ 900, enquanto o consumo online atinge cerca de R$ 400. A marca é responsável também pela Casa Almeida, voltada para o público premium, e pela Empório Bud, que distribui os produtos para hotéis.
A companhia tem 18 lojas próprias e pretende abrir mais três ou quatro neste ano. A projeção é de um crescimento de 20% em 2024. “Vamos continuar inovando e lançando coleções a todo momento, para manter a marca jovem, geração após geração”, afirma o executivo.