Conheça os bilionários que estão comprando o Havaí

Oprah Winfrey no Havaí - Foto: Ilustração por Jason Raish para a Forbes

Winfrey tem o costume de passar cerca de quatro meses do ano no Havaí

Há um ano, a bilionária Oprah Winfrey adquiriu 344 hectares em Maui, uma ilha que pertence ao Havaí, pela bagatela de US$ 6,4 milhões. Com a compra, a apresentadora passou a deter 862 hectares no Estado, incluindo os 518 hectares que ela já possuía na ilha, adquiridos há duas décadas.

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Winfrey tem o costume de passar cerca de quatro meses do ano em sua propriedade, que está localizada no interior e se estende por colinas verdes até uma reserva florestal nas encostas do vulcão Haleakala. Por lá, o gado pasta na terra que ela está trabalhando para preservar. “Parece a Escócia, mas com um clima realmente bom”, diz Bob Greene, seu ex-treinador de fitness que agora gerencia a propriedade.

Suas terras permaneceram intactas quando incêndios devastaram o território em agosto do ano passado, queimando 2.681 hectares e causando a morte de 100 pessoas. Na ocasião, a celebridade levou travesseiros, fraldas e outros suprimentos aos sobreviventes e, com Dwayne “The Rock” Johnson, criou o People’s Fund of Maui, contribuindo pessoalmente com US$ 10 milhões para o esforço.

Apesar da ajuda de personalidades como Winfrey, o boom imobiliário de luxo que ocorreu durante a pandemia elevou ainda mais os preços das casas e intensificou as tensões entre os havaianos e os ricos proprietários de terras.

A movimentação levou a apresentação de um projeto de lei controverso na semana passada, que proibiria estrangeiros de comprar terras no Havaí. Apesar de tentar ajudar após os incêndios, Winfrey foi criticada por filmar seus esforços de socorro e pedir dinheiro ao público. Outros questionaram o que aconteceu com os US$ 100 milhões prometidos em ajuda por Jeff Bezos, que possui uma propriedade de 5,6 hectares a 18 km ao sul dos incêndios. Um porta-voz disse à Forbes que Bezos doou US$ 15,5 milhões para nove instituições de caridade até agora.

Cenário

Os mais ricos dos Estados Unidos compram imóveis no Havaí há anos, mas ninguém sabia exatamente quão extensas eram suas propriedades.

Para descobrir, a Forbes passou meses vasculhando milhares de registros de propriedades nas seis maiores ilhas do Havaí. Os resultados foram surpreendentes: apenas 37 bilionários possuem pelo menos 88,22 mil hectares. Isso representa 5,3% da terra total e 11,1% de toda a terra não pertencente ao governo – embora seja provável que seja ainda maior, dadas as medidas que esses bilionários tomam para obscurecer sua propriedade. Expresso de outra forma: essas 37 pessoas, equivalentes a apenas 0,003% da população total de 1,4 milhão do Havaí, possuem 11% de sua terra privada.

Alguns bilionários têm laços de longa data com a comunidade. O CEO da Salesforce, Marc Benioff, que visitou o Havaí pela primeira vez em 1974, doou US$ 100 milhões para várias causas em todo o estado ao longo de duas décadas e, em dezembro, junto com sua esposa, Lynne, doou 114 hectares para habitação acessível. “Sinto uma forte conexão espiritual com o Havaí”, diz Benioff, que tentou incorporar o conceito havaiano de ohana, ou família, na cultura da Salesforce. “Eu tenho uma compreensão profunda das pessoas e do espírito do Havaí, o que chamamos de ‘o espírito aloha'”.

Outros, como o cofundador da Meta, Mark Zuckerberg, que está supostamente construindo um abrigo em sua propriedade parcialmente murada, parecem mais preocupados com sua privacidade. O corretor imobiliário Rob Kildow, que diz andar de bicicleta com o bilionário da Citadel, Ken Griffin, lembra-se de um bilionário que mora no Hualalai Resort privado dizendo: “Metade das pessoas aqui não sabe quem eu sou, e a outra metade não liga para isso.”

Wayne Tanaka, diretor da organização ambiental sem fins lucrativos Sierra Club do Havaí, tenta ser otimista: “Se os residentes de alto patrimônio puderem superar o desejo de isolamento e começar a conversar com as pessoas ao seu redor, isso pode abrir portas e janelas para contribuir verdadeiramente para este lugar”. No entanto, ele admite: “Cada vez mais, o Havaí está se tornando um playground para os ricos.”

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