Morar no Brasil é saber que, em algum momento, você vai sofrer uma tentativa de fraude bancária. Os números não mentem. No primeiro trimestre de 2023 ocorreram 365 milhões de tentativas de golpe. Ou seja, 47 tentativas por segundo. Nesse cenário, a Minds Digital, empresa pioneira em biometria de voz no Brasil, já evitou R$ 60 milhões em prejuízos para os bancos em seis anos.
A companhia nasceu da experiência com tecnologia e sistema financeiro dos quatro sócios, Marcelo Peixoto (CEO), Igor Hufnagel (CTO), Daniel Ladeira (CIO) e Frederico Souza (CFO). Eles sentiram na pele o crescimento do número de fraudes e viram os prejuízos que o avanço da criminalidade causava para as instituições financeiras e para os seus clientes.
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Eles desenvolveram uma solução que utiliza Inteligência Artificial (IA) para identificar, em tempo real, padrões de comportamento suspeitos em telefonemas e em conversas por aplicativos de mensagens. Dessa forma, é possível reduzir os riscos de fraudes de identidade.
“O tema fraude sempre foi muito quente dentro dos bancos e, com a chegada de novas tecnologias, existia um mercado apto para receber os serviços da Minds”, afirma Peixoto.
Na prática, o serviço funciona da seguinte forma: o cliente liga para o seu banco para solicitar qualquer serviço, como aumento do limite do cartão de crédito ou mudança do vencimento de sua fatura. Neste primeiro contato, a Minds identifica aquela voz com a do titular da conta em questão e cria uma “digital de voz”. Assim, sempre que o cliente ligar para o banco, essa digital vai permitir a identificação em poucos segundos.
Para Vinícius Ferrari, coordenador de experiência do cliente do BMG, primeiro banco a contratar a Minds, o serviço evitar fraudes e reduz custos, pois diminui a necessidade de confirmar dados cadastrais durante a conversa. “Os feedbacks em tempo real auxiliam na tomada de decisão dos nossos atendentes, que podem bloquear o sistema de forma automática em caso de fraude”, diz Ferrari.
A plataforma da Minds é contratada por instituições financeiras e paga por meio de uma licença feita com base no número de transações utilizadas. Nos próximos três anos, a empresa espera evitar R$ 1,5 bilhão para seus atuais e futuros clientes. “Somos especialistas em fraude e, infelizmente, esse mercado só cresce no Brasil”, diz o CEO.
A empresa nasceu para auxiliar o sistema financeiro, mas está investindo em novas vias de crescimento, já que as fraudes continuam aumentando e se sofisticando. “Fizemos um estudo de mercado no último ano e percebemos que seguradoras e varejistas estão enfrentando os mesmos desafios”, afirma Peixoto. “Então, onde é preciso que haja autenticação forte e segura, nós conseguimos implementar o nosso serviço.”
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Em 2023 foram lançados novos algoritmos de IA para detecção em tempo real de ataques por deepfake e replay attack. A tecnologia funciona basicamente comparando as amostras de voz fornecidas com o perfil vocal registrado de um indivíduo previamente autenticado. Se houver divergências, indicando uma tentativa de uso de deepfake, o sistema pode alertar sobre a possível fraude.