O Ibovespa opera em alta de 0,49% na abertura do pregão desta terça-feira (6), a 128.213 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os investidores repercutem a Ata do Copom divulgada nesta manhã, que trouxe perspectivas positivas sobre o progresso do arrefecimento da inflação, apesar da preocupação com os próximos meses.
O dólar recuava 0,08% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,9779.
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou, na Ata da sua última reunião, que o cenário doméstico tem evoluído como o esperado pelo BC, com um progresso desinflacionário relevante, mas que a incerteza internacional prescreve cautela à política monetária, frisando que ainda há um longo caminho a percorrer no retorno da inflação à meta.
O Copom destacou que não há relação mecânica entre a condução da política monetária dos Estados Unidos e a determinação da Selic. “Como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna”, afirmou o colegiado no documento divulgado nesta terça-feira.
Na última quarta-feira, o Copom anunciou a quinta redução consecutiva de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, que foi a 11,25% ao ano, menor patamar desde março de 2022. Na ata desta terça-feira, o colegiado repetiu mensagem já dada no anúncio do corte de que antevê reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões.
Ao mesmo tempo, o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) caiu 0,27% em janeiro, ante elevação de 0,64% no mês anterior, com menor efeito da sazonalidade na inflação ao produtor, especialmente no setor agropecuário, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
A queda registrada pelo índice neste mês marcou a taxa de variação mais baixa desde julho de 2023, quando o índice havia registrado recuo de 0,40%. Além disso, levou o IGP-DI a acumular baixa de 3,61% em 12 meses.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, caiu 0,59% em janeiro, deixando para trás a alta de 0,79% vista em dezembro. Entre seus componentes, os Produtos Agropecuários apresentaram queda de 1,48% em janeiro, ante salto de 3,64% no final do ano passado.
Economistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas projeções medianas para todas as principais variáveis econômicas, tanto deste ano quanto do próximo, mostrou nesta terça-feira a pesquisa semanal Focus.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que os analistas seguem prevendo alta de 3,81% do IPCA em 2024 e de 3,50% em 2025.
No cenário corporativo, a Oi anunciou nesta terça-feira que seu conselho de administração aprovou na véspera novo plano de recuperação judicial, com previsão de captação de um empréstimo “superprioritário” em reais equivalente a 650 milhões de dólares e venda de participações em empresas incluindo a empresa de fibra ótica V.tal.
“A companhia continua em intensas negociações, com os credores financeiros e outros credores quirografários, em relação aos termos e condições específicas de um potencial acordo vinculante de suporte à nova versão do plano de
recuperação judicial”, disse a Oi em fato relevante.
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, estão agendados pronunciamentos de três diretores do Federal Reserve (Fed), o banco central americano. A cúpula do Fed está em campanha para tentar convencer o mercado de que os juros americanos vão demorar mais tempo do que o esperado para cair. No domingo (4), uma entrevista de Jerome Powell, presidente do FED, praticamente zerou as perspectivas de corte das taxas em março, e colocou em dúvida o início do processo mesmo em maio.
Na Ásia, o órgão regulador de valores mobiliários da China disse nesta terça-feira que suspenderá as corretoras de emprestar ações e limitará o tamanho do chamado refinanciamento de ativos como parte dos esforços adicionais para restringir as vendas a descoberto (short-selling, em inglês).
O órgão de fiscalização também proibirá o empréstimo de ativos a investidores que vendam ações no mesmo dia da compra e prometeu reprimir a arbitragem ilegal por meio de vendas a descoberto.
As autoridades chinesas anunciaram uma série de medidas para apoiar os preços das ações depois que o mercado caiu para mínimas em cinco anos na semana passada em meio a uma economia em dificuldades.
Por lá, o mercado acionário chinês registrou nesta terça-feira o maior ganho diário em dois anos e o iuan subiu devido a uma série de sinais de que as autoridades estão fortalecendo sua determinação em apoiar os mercados.
A recuperação ocorreu depois que os principais índices do país afundaram para mínimas de cinco anos nas últimas sessões, devido à fraqueza da economia e à falta de medidas vigorosas de estímulo, como as implementadas durante crises passadas.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 4,04%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em alta de 0,63%. Já na China continental, o índice Shanghai ganhou 3,23%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 0,53%.
Na Europa, O Banco Central Europeu (BCE) está confiante de que a inflação está voltando à sua meta de 2% e que sua próxima ação na política monetária será um corte de juros, disse a autoridade Pablo Hernandez de Cos nesta terça-feira.
“Já é muito importante para os cidadãos europeus saberem que estamos confiantes de que a próxima ação será um corte”, disse De Cos, presidente do banco central espanhol, em um evento no Chipre.
Os pedidos às indústrias da Alemanha aumentaram inesperadamente em dezembro, registrando a maior alta mensal em mais de três anos, impulsionados por um número “excepcionalmente” alto de pedidos de aeronaves, disse o escritório federal de estatísticas nesta terça-feira.
Os pedidos aumentaram 8,9% em relação ao mês anterior em uma base ajustada sazonalmente e pelo calendário, o maior aumento desde junho de 2020. Uma pesquisa da Reuters com analistas apontou expectativa de estabilidade nos pedidos industriais.
O Stoxx 600 ganhava 0,13%; na Alemanha, o DAX recuava 0,05%; o CAC 40 em alta de 0,26% na França; na Itália, o FTSE MIB sobe 0,18%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,50% no Reino Unido.
(Com Reuters)