A agência de viagens online Klook está sabendo surfar na onda de obsessão por viagens que cresce entre os jovens no Sudeste Asiático. Fundada por Eric Gnock Fah, eleito Under30 em 2017 pela Forbes Ásia, a empresa já levantou mais de US$ 900 milhões (R$ 4,5 bilhões) em rodadas de financiamentos.
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Com uma idade média de usuários que varia entre 27 a 35 anos, a Klook tornou-se a marca de viagens mais procurada pelos millennials e geração Z em toda a Ásia. “Somos o primeiro ponto de contato deles quando estão planejando suas férias”, afirma Ethan Lin, cofundador e CEO da Klook, em uma entrevista na sede da empresa em Hong Kong.
Para impulsionar sua expansão, a Klook anunciou em dezembro que levantou US$ 210 milhões em uma rodada de capitalização da Série E+, liderada pela Bessemer Venture Partners, com a participação da EQT Private Capital Asia, do bilionário Jean Salata, e da Atinum Investment, apoiadora do Celltrion do bilionário Seo Jung-jin. Também participaram empresas proeminentes do Sudeste Asiático.
Após a captação, a Klook se recusou a divulgar sua última avaliação ou se planeja abrir capital na bolsa de valores (IPO), mas afirma que sua receita triplicou em comparação com 2019 e que a empresa tornou-se lucrativa pela primeira vez em 2023. Em 2018, a Klook se tornou um dos raros unicórnios iniciantes de Hong Kong, após uma rodada de financiamento, que avaliou a Klook em mais de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões, aproximadamente).
“A Ásia é um dos maiores mercados de viagens no mundo”, escreveu Bryan Wu, parceiro da Bessemer Venture Partners, em um comunicado por e-mail. “À medida que a penetração das reservas online continua a aumentar, a Klook, como líder da categoria, está melhor posicionada para crescer e se tornar uma plataforma de viagens de próxima geração forte.”
De acordo com a companhia, o capital da Série E+ será destinado à inovação, marketing social e digital, e à integração de inteligência artificial generativa em seu site e aplicativo. A Klook afirma que usará as capacidades de IA da Google Cloud para automatizar traduções para 10 idiomas, aprimorar seu chatbot de atendimento ao cliente K.Ai e gerar conteúdo escrito, como descrições curtas para atividades.
A Klook, cujo nome é uma abreviação da expressão em inglês “keep looking” – que se traduz para “continue procurando”-, permite que seus usuários reservem atividades, passeios e transporte pela plataforma. Fundada em 2014 por Fah, Lin e o CTO Bernie Xiaokang Xiong, a Klook oferece atualmente mais de 530 mil atividades – ou experiências – um aumento de cinco vezes em relação a 2019, quando oferecia mais de 100 mil, em 2,7 mil destinos ao redor do globo.
Para o CEO, uma das vantagens competitivas da Klook é sua ampla variedade de atividades, desde massagens até salto de bungee, e “benefícios exclusivos” provenientes de parcerias. Por exemplo, no ano passado, a Klook se associou à Professional Association of Diving Instructors (PADI) para vender equipamentos de mergulho e cursos de certificação, além da plataforma de viagens ter sido a única vendedora de ingressos para a performance da bilionária Taylor Swift em Cingapura, como parte de sua turnê Eras.
Com mercados-chave em Hong Kong, Cingapura, Coreia do Sul e Taiwan, a Klook também pretende explorar mais mercados no Sudeste Asiático, onde uma classe média em ascensão tem bolsos mais fundos para novas experiências. Viagens online, abrangendo voos, hotéis e outras acomodações, são um dos cinco principais pilares da economia digital do Sudeste Asiático, de acordo com um relatório de dezembro preparado conjuntamente pelo Google, Temasek e Bain.
Apesar do mercado amplo, o Klook enfrenta outros sites de viagens que disputam o mercado de millennials e Gen Z. Marcas como Agoda, Booking.com e Expedia são seus maiores concorrentes no mundo, enquanto na Ásia, esses concorrentes incluem a Trip.com, com sede em Xangai, e a Yanolja, com sede em Seul. Startups menores também entraram na disputa, incluindo a MyRealTrip, super aplicativo de viagens com sede em Seul, homenageada na lista ‘Forbes Asia 100 to Watch’ do ano passado, que levantou uma rodada de financiamento da Série F de US$ 56 milhões em janeiro, o equivalente a R$ 280 milhões.
Ainda assim, para Lin, o crescimento futuro da Ásia promete. No ano passado, a região ainda estava no “ano zero” após a pandemia de Covid-19, à medida que os países gradualmente suspenderam o distanciamento social e as restrições de viagem. “As pessoas estão procurando mais coisas para fazer, e acho que a Covid acelerou isso”, acrescenta ele. “Agora, as pessoas simplesmente querem experimentar a vida.”