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Cenários
A discussão mais importante deste trimestre é a trajetória dos juros nos Estados Unidos. No fim de 2023 havia um consenso no mercado americano (e mundial) de que o Federal Reserve (FED), o banco central americano, iria começar a reduzir os juros na reunião agendada para os dias 19 e 20 de março. Além disso, a projeção era de que as taxas poderiam cair de maneira sustentada e chegariam no fim de 2025 na faixa entre 2,50% e 3% ao ano, substancialmente abaixo dos atuais 5,25% – 5,50%.
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No entanto, nas últimas semanas, Jerome Powell, presidente do FED, e vários de seus colegas têm avisado o mercado de que a autoridade monetária americana não tem pressa. Powell chegou a fazer algo incomum para um banqueiro central, e concedeu uma entrevista a uma televisão americana para repetir o que vem dizendo: que a economia dos Estados Unidos está robusta, que o mercado de trabalho segue aquecido e que o FED quer ter certeza de que a inflação está caindo de maneira sustentável antes de começar a baixar os juros.
Agora seu recado parece estar sendo ouvido. Os investidores investiram em uma quantidade recorde títulos do Tesouro americano no fim de 2023, fazendo com que os preços dos títulos governamentais caíssem aos mínimos de 16 anos. Agora, boa parte dessas apostas está sendo desfeita. Os juros dos títulos do Tesouro, que se movem inversamente aos preços, subiram nos últimos dias e situam-se agora 20 pontos base acima dos mínimos de dezembro. E os contratos futuros ligados à taxa básica do Fed na noite de terça-feira (6) mostraram uma probabilidade de apenas 20% de redução dos juros em março, abaixo dos 64% há um mês atrás, mostraram dados do CME Group.
Perspectivas
A revisão das expectativas poderá alterar o humor dos investidores e reduzir o entusiasmo com o mercado de ações, que vem registrando recordes sucessivos nos Estados Unidos e está subindo por aqui também. No entanto, a perspectiva não é de queda abrupta porque várias companhias relevantes para o pregão, especialmente as empresas de tecnologia, estão apresentando bons resultados referentes a 2023 e isso sustenta as cotações.
Já no Brasil a situação para as bolsas é melhor, pois a Ata da 260ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira (6), indicou que o Banco Central (BC) está confiante no processo de desinflação da economia, apesar de apontar para alguns riscos, como o aquecimento do mercado de trabalho e os preços dos serviços, e confirmar mais cortes (no plural) de 0,50 ponto percentual na taxa Selic nas próximas reuniões, o que vai ao encontro das expectativas do mercado expressas no Relatório Focus.
Indicadores
- Brasil
Dívida Bruta / PIB (Dez)
Esperado: 75,0%
Anterior: 73,8%
Superávit orçamentário (Dez)
Esperado: ND
Anterior: – R$ 37,27 bilhões
Vendas no varejo – PMC (Dez)
Esperado: – 0,2%
Anterior: + 0,1%
Vendas no varejo – PMC (12m)
Esperado: 2,9%
Anterior: 2,2%
Balança Comercial (Jan)
Esperado: US$ 14,90 bilhões
Anterior: US$ 23,75 bilhões
- Estados Unidos
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