Um impulso para repor estoques de petróleo esgotados, principalmente na China, nos Estados Unidos e na Europa, pode impulsionar a demanda e os preços nos próximos meses, disseram analistas e traders, à medida que as tensões no Oriente Médio ameaçam as principais rotas de navegação.
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Baixos por interrupções no fornecimento causadas pelas sanções impostas à Rússia em meados de 2022, bem como pelos cortes prolongados na produção da Opep+, os estoques globais de petróleo mal se recuperaram, com os traders incapazes de justificar os custos para armazenar petróleo.
A interrupção do transporte marítimo no Mar Vermelho devido à escalada dos ataques dos rebeldes Houthi, alinhados ao Irã, aumentou as preocupações com o fornecimento, estimulando os compradores a recompor os estoques.
Na terça-feira (13), o Morgan Stanley elevou sua perspectiva trimestral para os preços do petróleo Brent para uma média de US$ 82,50 por barril no primeiro e no segundo trimestres – em comparação com os US$ 80 e US$77,50 anteriores -, sugerindo que o banco agora espera um mercado de petróleo apertado este ano.
Consultores da FGE (Facts Global Energy) disseram que os dados disponíveis até agora neste ano mostraram uma grande queda contracíclica nos estoques de petróleo e combustível de quase 29 milhões de barris, em comparação com uma média típica de 20 milhões de barris para meses de janeiro de 2015 a 2019.
A Agência Internacional de Energia (IEA) informou que os estoques globais caíram 8,4 milhões de barris em novembro passado – o último mês com dados completos – para o nível mais baixo desde julho de 2022, mas que os dados preliminares de dezembro indicaram um aumento.
Reabastecimento de estoques
Traders dizem que têm visto até agora fortes compras da China, Europa e Estados Unidos.
“A compra por parte da China está alta, já que os estoques estão sendo repostos no primeiro semestre”, disse à Reuters um trader de uma refinaria europeia. “As compras dos EUA e da Europa também estão mais fortes este mês, pois a situação dos barris do leste de Suez pode piorar muito a qualquer momento.”
Os chineses estão comprando muito petróleo que chega nesta primavera para reabastecer os estoques, enquanto os Estados Unidos estão gradualmente aumentando sua Reserva Estratégica de Petróleo depois de vender uma quantidade recorde das reservas de petróleo do governo em 2022.
“Em termos de dias de cobertura da demanda (de armazenamento de petróleo), esperamos que o mercado chegue a cerca de 67 dias até o final do ano de 2025, em comparação com os 64 dias atuais, o que ainda está acima dos níveis pré-pandêmicos de cerca de 60 dias, supondo que a Opep+ mantenha os cortes até o primeiro semestre de 2025”, disse à Reuters o estrategista de energia do Citi, Francesco Martoccia.