Dados do Banco Central revelam que 2.5 milhões de “golpes do pix” foram aplicados no Brasil em 2023. O meio de pagamento mais usado no país é um facilitador de transações — sejam elas seguras ou não.
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Mesmo com o número alarmante de fraudes, Marcia Netto, CEO e cofundadora da Silverguard, startup de proteção financeira digital, diz que este tipo de crime é subnotificado. “Muitas vítimas não fazem boletim de ocorrência, seja por vergonha, falta de informação ou descrença na segurança pública.”
A fintech liderada por Netto, que também é cofundadora da Sallve, startup de beleza e cosméticos, publicou no final de 2023 o estudo “Golpes com Pix no Brasil”, um panorama sobre o crime a partir da Lei de Acesso à Informação, 1.910 entrevistas e dados do SOS Golpe, produto de atendimento gratuito a vítimas de crimes financeiros digitais.
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A engenharia social foi apontada como principal tática dos criminosos, com 70% dos casos. A categoria designa “os golpes que induzem (por meio de manipulação ou de uma história mentirosa) a vítima a transferir o dinheiro”, explica Marcia.
Os 5 golpes com Pix mais frequentes são:
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Canva Images #1 | Golpe do falso parente:
quando o golpista se passa por um familiar ou amigo pedindo dinheiro.
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Canva Images #2 | Golpe do produto ou loja falsa:
quando a vítima efetua a compra de um produto ou serviço em uma loja falsa.
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Canva Images #3 | Golpe da falsa central/gerente de banco:
quando o golpista se passa por um profissional de uma central de atendimento e solicita alguma transferência.
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Canva Images #4 | Golpe da rede social hackeada:
quando a vítima compra algo ou faz uma transação para um “conhecido” que teve sua rede social ‘hackeada/clonada’.
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#5 | Golpe do falso investimento:
quando a vítima investe dinheiro em uma oportunidade falsa ou empresa criminosa.
#1 | Golpe do falso parente:
quando o golpista se passa por um familiar ou amigo pedindo dinheiro.
Tendo em vista as armadilhas mais comuns, a CEO deixa uma lista de pontos de atenção e reforça que “todo mundo cai em golpe, a diferença é o tipo”:
- Urgência. Toda solicitação de dinheiro “para agora” é duvidosa;
- “Muito bom para ser verdade”. Se o benefício é maior do que foi pedido em troca, cuidado! Apostas e produtos muito baratos são exemplos;
- Figura de autoridade. É importante ter muita atenção com mensagens, telefonemas e e-mails de bancos, grandes empresas e prestadores de serviço.
O estudo também levantou dados sobre os golpes mais comuns por faixa etária e valor do prejuízo. “O golpe de maior prevalência entre os jovens (18-29 anos) é a falsa oportunidade de multiplicar/investir dinheiro (28%); entre os 60+ é o suposto parente pedindo dinheiro (30%).”
O dano financeiro é maior para os idosos, com o valor médio acima de 5 mil reais. “A Silverguard nasceu para atender pessoas idosas, porque meu pai foi vítima de um golpe e eu senti a crueldade deste crime. Para os mais velhos, nem sempre há tempo de recuperar o valor, que pode ser de uma vida inteira de trabalho”, comenta Marcia Netto.
Além do público, a pesquisa revelou que sete em cada dez tentativas de golpe começaram com abordagens em plataformas da Meta — Instagram, Facebook e WhatsApp. E que as vítimas perdem em média dois meses de renda, com um prejuízo de R$ 3 mil reais.