O dólar mantinha sua trajetória de alta nesta sexta-feira (12), em linha com o exterior, a caminho de forte avanço semanal e operando próximo dos R$ 5,15 depois que dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos minaram apostas de que o afrouxamento monetário do Federal Reserve poderia começar neste semestre.
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Às 12h, o dólar à vista subia 1,07%, a R$ 5,144 na venda, maior patamar intradiário desde 10 de outubro de 2023. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,61%, a R$ 5,13.
“A inflação americana, que por sinal chegou acima do esperado, acabou levando a um forte movimento de aversão a risco global, desencadeando uma grande pressão sobre a moeda americana, fazendo disparar”, disse Márcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX.
Dados de quarta-feira mostraram que o índice de preços ao consumidor dos EUA aumentou 0,4% no mês passado, depois de avançar pela mesma margem em fevereiro. Nos 12 meses até março, o índice aumentou 3,5%. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 3,4% na base anual.
Nem mesmo um relatório separado, mostrando que o índice de preços ao produtor dos EUA subiu menos do que o esperado em março, conseguiu aplacar o pessimismo do mercado.
“Os dados recentes corroboram uma precificação de apenas dois cortes de juros nos Estados Unidos, e muitos já começam até a especular talvez nenhuma queda em 2024, (com) visão de uma economia ainda forte e mercado de trabalho resiliente. Diante desse cenário, a gente só pode esperar mesmo um dólar forte para os próximos dias.”
Riauba destacou o fato de o dólar já ter se distanciado muito de sua média móvel de 200 dias –indicador técnico importante que está atualmente próximo de R$ 4,93 –, o que pode explicar também sua recuperação recente e sinalizar uma tendência desanimadora para o real daqui para frente.
A moeda norte-americana estava a caminho de registrar alta de 1,3% frente ao real na comparação com o fechamento da última sexta-feira, o que marcaria o terceiro ganho semanal consecutivo e o mais intenso desde meados de janeiro.
No exterior, o índice que compara o dólar a uma cesta de pares fortes avançava quase 0,70% nesta manhã, próximo de uma máxima em cinco meses, ainda impulsionado pelos dados desta semana.
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0908 na venda, em alta de 0,24%.