A energia é o principal insumo da economia. Por isso, tarifas em equilíbrio com a renda da população e oferta abundante são essenciais para a sustentação do crescimento econômico brasileiro. Entretanto, a realidade do país não é essa, como afirma Mário Menel, presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico (FASE), que participou do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia 2024 – powered by Forbes – realizado no Rio de Janeiro na quinta-feira (11) e nesta sexta-feira (12).
- Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
No painel 5, que contou com a participação de Menel e de Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia do Brasil, foram discutidos cenários políticos, econômicos, regulatórios e institucionais para melhorar a geração de energia no Brasil.
Para o presidente da FASE, o debate da redução da tarifa energética de um modo eficiente é uma necessidade social. No Brasil, há 20 milhões de famílias que não conseguem pagar a conta de luz. Tudo isso, custa R$ 10 bilhões por ano aos cofres públicos e interfere em todos os setores. “Vou dar o exemplo do pão francês, atualmente, no preparo da massa, 30% é o custo da energia, então a tarifa interfere diretamente no preço do pão”, diz Menel. “O valor da energia é carregado para a produção de aço”.
Segundo ele, no Brasil, há muito investimento em energia verde, por exemplo os painéis solares e as torres eólicas. O hidrogênio verde é um dos principais fatores para a descarbonização, já que é a única maneira de transportar energia e, em um segundo momento, permitirá a redução da pegada de carbono no agronegócio. Desta maneira, isto trará discutidos cenários políticos, econômicos, regulatórios e institucionais para melhorar a geração de energia elétrica.
Para o presidente da FASE, a geração de energia vai definir a competitividade industrial. Temos muitos investimentos em energia verde, mas o que Menel questiona é o investimento em hídricas, por questões ambientais e pelo modelo do setor elétrico. O presidente afirma que por essa fonte de energia ter restrições, tanto ambientais quanto de preços, a competição fica desequilibrada. Menel diz que “a expansão do mercado está ocorrendo no mercado livre, porque as distribuidoras não têm apresentado demanda de compra de energia, então não tem leilões motivados pelas distribuidoras, os leilões são majoritariamente do mercado livre”.
Em contrapartida, quanto mais expansão da matriz fica verde, mais ela exige a complementação, diz ele. “No entanto, como não tem a complementação hídrica, a complementação tem que ser térmica, ou seja, verde aqui e cinza ali”. O que propomos é um novo modelo de comercialização e de contratação que venha estabelecer um certo equilíbrio.