O Ibovespa opera em queda de 0,03% na abertura do pregão desta terça-feira (02), a 126.931 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. O mercado reage à divulgação de dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos, que dão pistas sobre os próximos passos dos bancos centrais.
O dólar recuava 0,25% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 5,0467.
Economistas sondados pelo Banco Central elevaram sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024, mostrou nesta terça-feira o boletim Focus, que, à parte disso, não mostrou grandes novidades nos prognósticos de mercado.
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Agora, o mercado espera expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,89% neste ano, contra taxa de 1,85% estimada anteriormente, segundo a pesquisa semanal que capta a percepção para indicadores econômicos.
A estimativa de crescimento para 2025, no entanto, permaneceu em 2,00%, assim como as expectativas de inflação deste ano e do próximo ficaram inalteradas em 3,75% e 3,51%, respectivamente. Para um prazo mais longo, as projeções de inflação de 2026 e 2027 seguiram em 3,50% pela 39ª semana.
O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
As concessões de empréstimos no Brasil recuaram 5,4% em fevereiro na comparação com o mês anterior, informou o Banco Central nesta terça-feira, com o estoque total de crédito avançando 0,2% no período, a 5,797 trilhões de reais.
No mês, as concessões de financiamentos com recursos livres, nos quais as condições dos empréstimos são livremente negociadas entre bancos e tomadores, tiveram queda de 6,2% em relação ao mês anterior. Para as operações com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, houve alta de 3,4% no período.
No mês, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou estável em 4,6%.
Os preços ao produtor no Brasil passaram a subir 0,06% em fevereiro depois de três meses seguidos de quedas, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
O resultado levou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulado em 12 meses a uma deflação de 5,16%.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 14 apresentaram avanço de preços. Os setores que mais contribuíram para o avanço do índice geral foram os de metalurgia (0,12 ponto percentual), indústrias extrativas (0,09 p.p.) e refino de petróleo e biocombustíveis (0,08 p.p.).
No cenário corporativo, a Cielo anunciou nesta terça-feira que seus controladores aceitaram elevar o preço da oferta para fechamento de capital da maior companhia de meios de pagamento do Brasil desde que os acionistas minoritários não votem pela realização de novo laudo de avaliação da empresa.
O acerto anunciado pela Cielo envolve os controladores — Banco do Brasil e Bradesco — e as gestoras de recursos Encore, Clave, XP, AZ Quest, Vinland Capital e Absolute, que somam cerca de 7% das ações da companhia.
O novo preço acertado no compromisso é R$ 5,60 por ação, ante um valor de fechamento na véspera de R$ 5,42.
A Enauta apresentou uma proposta de fusão com a 3R Petroleum, disse a companhia na noite de segunda-feira, avaliando que a operação criará uma das principais e mais diversificadas empresas independentes de petróleo e gás na América Latina.
A 3R afirmou que, após recebimento da proposta da Enauta, seu conselho de administração decidiu que os esforços internos para possível combinação de negócios com a PetroReconcavo fossem momentaneamente suspensos.
A proposta da Enauta envolve a troca de ações entre as empresas de maneira a otimizar a transação, com estrutura e execução simplificadas, sem necessidade “de carve-outs, waiver fees e restruturação de garantias”, afirmou a Enauta.
A JHSF informou na segunda-feira que recebeu proposta por participações minoritárias em shoppings centers detidos pela companhia ou por suas subsidiárias no valor total de cerca de R$ 443 milhões.
Segundo fato relevante da companhia, o proponente, que não teve seu nome divulgado, manifesta em carta a intenção de adquirir fatias minoritárias predominantemente nos shoppings Bela Vista (BA) e Ponta Negra (AM) e, também, Expansão 3 do Catarina Fashion Outlet e Shops Faria Lima (SP).
Mercados internacionais
Nos Estados Unidos, os indicadores de atividade econômica nos Estados Unidos divulgados na segunda-feira (01) surpreenderam positivamente. O índice PMI de atividade industrial registrou subiu de 47,8 em fevereiro para 50,3 em março, acima da mediana das expectativas dos investidores, que era de 48,5. Esse índice, um número puro, oscila entre zero e 100. Observações acima de 50,0 indicam expansão da atividade. E foi a primeira vez que o indicador ficou nesse território desde setembro de 2022.
A divulgação do PMI provocou uma forte alta nos juros americanos e derrubou as ações ao redor do mundo. Também movimentou as taxas de câmbio, fazendo o dólar se apreciar na comparação com as demais moedas (Brasil incluído). O motivo para isso é simples. Desde o início do ano, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), o banco central americano, vem alertando que a política monetária nos EUA será “dependente de dados”. Ou seja, o FED não tem maneiras de prever o comportamento da inflação e a trajetória dos juros sem observar os números da atividade econômica.
Na Ásia, as ações chinesas encerraram em leve baixa nesta terça-feira, com o sentimento fraco dividido entre o otimismo em relação à melhoria dos dados da atividade industrial e as expectativas de mais medidas de estímulo.
A Xiaomi ficou sob os holofotes, com suas ações saltando até 16% depois que o veículo elétrico esportivo da fabricante de eletrônicos lançado na semana passada atraiu grande interesse.
O ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, disse que as autoridades estão prontas para tomar as medidas apropriadas contra a volatilidade excessiva da taxa de câmbio, repetindo seu alerta sobre o iene enquanto Tóquio tenta evitar uma queda desestabilizadora da moeda.
Suzuki não chegou a ameaçar tomar “medidas decisivas” contra movimentos excessivos, linguagem que o ministro usou na
semana passada quando o iene caiu para o nível mais baixo em 34 anos, sugerindo que as autoridades ainda estão aguardando enquanto observam os movimentos da moeda.
“Tudo o que podemos dizer é que tomaremos as medidas adequadas contra a volatilidade excessiva, sem descartar nenhuma opção”, disse Suzuki em uma coletiva de imprensa regular nesta terça-feira, quando perguntado sobre as quedas contínuas do iene.
O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 2,36%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,15%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,08%; e no Japão, o índice Nikkei avançou 0,09%.
Na Europa, os consumidores da zona do euro reduziram suas expectativas de inflação de curto prazo em fevereiro, mas as projeções mais distantes permaneceram inalteradas, segundo uma nova pesquisa realizada pelo Banco Central Europeu desta terça-feira.
Os consumidores agora veem a inflação geral em 3,1% no próximo um ano, abaixo das expectativas de 3,3% do mês anterior, mostrou a Pesquisa Mensal de Expectativas do Consumidor.
“Elas estão agora no nível mais baixo desde o início da guerra injustificada da Rússia contra a Ucrânia em fevereiro de 2022”, disse o BCE em um comunicado.
Três anos à frente, a inflação é vista em 2,5%, mostrou o resultado mediano da pesquisa do BCE.
A atividade industrial da zona do euro piorou ainda mais em março, contraindo a um ritmo mais acentuado do que em fevereiro já que a demanda continuou a cair, de acordo com uma pesquisa que, no entanto, mostrou um aumento no otimismo.
O Índice Gerentes de Compras (PMI) final do setor industrial da zona do euro da HCOB, compilado pela S&P Global, caiu para 46,1 em março em relação aos 46,5 de fevereiro. A leitura superou a estimativa preliminar de 45,7 mas ficou abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração, pelo vigésimo primeiro mês.
O subíndice que mede a produção subiu de 46,6 para 47,1 em fevereiro, melhorando em relação à preliminar de 46,8.
O Stoxx 600 perdia 0,19%; na Alemanha, o DAX recuava 0,29%; o CAC 40 em queda de 0,23% na França; na Itália, o FTSE MIB perde 0,01%; enquanto o FTSE 100 tem valorização de 0,18% no Reino Unido.
(Com Reuters)