Em dezembro de 2023 e em março deste ano, a transmissora colombiana Isa Cteep (TRPL3; TRPL4) decidiu não participar do leilão de transmissão de energia promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na B3, em São Paulo.
Em entrevista à Forbes Brasil durante o Fórum Brasileiro de Líderes em Energia – powered by Forbes –, o CEO da companhia, Rui Chammas, explica que a ausência foi motivada por disciplina financeira: “Fazia mais sentido não participar.”
Em junho, a Isa Cteep arrematou os lotes 7 e 9 do leilão de transmissão, somando R$ 2,3 bilhões em investimentos. “Com isso, passamos a ter uma carteira de R$ 15 bilhões”, diz o executivo. Do montante, cerca de R$ 10 bilhões estão voltados para projetos de novas concessões (projeto de leilão) e R$ 5 bilhões para reforçar a rede no Estado de São Paulo.
“Por conta desse portfólio, entendemos que, por disciplina financeira, fazia mais sentido não participar tanto do leilão de dezembro quanto no de março”, pontua Chammas. “E isso não muda a nossa estratégia.”
A estratégia, segundo o CEO da Isa Cteep, é crescer no Brasil seguindo três pilares. O primeiro, é a responsabilidade de atualizar os ativos em São Paulo. O segundo é a participação em leilões para conquistar novas concessões. “Hoje somos uma empresa que faz a gestão de 35 contratos”, relembra Chammas. E o terceiro é a análise do mercado de projetos que já estejam em operação que podem vir a fazer parte de um interesse de aquisição.
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Sobre os próximos leilões, o executivo explica que o foco da empresa é crescer com sustentabilidade, respeitando esses três pontos. “A gente quer desenvolver de forma rentável, considerando os limites de alavancagem da companhia para que a gente aja sempre com disciplina financeira”, pontua.
Com isso, de acordo com o executivo, a Isa Cteep continuará sendo capaz de captar recursos no mercado de forma competitiva. “Continuaremos pagando proventos para os nossos acionistas”, diz Chammas. “Uma empresa de utilities como a nossa, que faz gestão de um portfólio de concessões, tem nos seus acionistas a expectativa do pagamento de proventos. A gente não quer mudar a nossa prática.”
Leia também:
- ISA Cteep eleva lucro em 2023, estuda impactos de clima extremo
- “Reestruturação da dívida é a nossa maior meta deste ano”, diz CEO da Light
- Fórum Energia: próximos dez anos serão década de ouro para setor no Brasil
O executivo finaliza dizendo que a companhia pretende avançar com a estratégia e, com isso, analisar as possibilidades de participar dos leilões de setembro e de março de 2025. “Se a gente achar que a empresa consegue participar respeitando essas três regras, por que não participar?”
Sobre o Fórum Brasileiro de Líderes em Energia
O Fórum Brasileiro de Líderes em Energia – powered by Forbes – reuniu grandes players do mercado, autoridades e gestores públicos para discutir o futuro do setor de energia no Brasil.
Cerca de 200 CEOs das maiores empresas do setor estão focados em entender o que o Executivo e o Legislativo podem oferecer para receber investimentos robustos em energia renovável, principalmente eólica (on e offshore), fotovoltaica, biogás e hidrogênio verde ao longo da próxima década.
De olho em investimentos de R$ 1 trilhão, os participantes se reuniram nos dias 11 e 12 de abril. “É o que o setor está chamando de década de ouro. Vamos ter um volume jamais visto de recursos investidos em nosso país, vindos de todo o mundo”, diz o CEO do Fórum, Marcelo Moraes.