O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre, mas uma aceleração da inflação sugere que o Federal Reserve não cortará a taxa de juros antes de setembro.
O Produto Interno Bruto expandiu a uma taxa anualizada de 1,6% no último trimestre, informou o Departamento do Comércio em sua estimativa do PIB do primeiro trimestre nesta quinta-feira. O crescimento foi amplamente sustentado pelos gastos dos consumidores.
Economistas consultados pela Reuters previam um crescimento de 2,4%, com estimativas variando de um ritmo de 1,0% a uma taxa de 3,1%. A economia cresceu a uma taxa de 3,4% no quarto trimestre.
Para além disso, a inflação também subiu. Os dados mostraram que o núcleo do índice de preços PCE acelerou a alta para 3,7% no trimestre, acima da expectativa de 3,4%.
Isso fez o Ibovespa cair. Às 10:45, o indicador estava em 123.767 pontos, queda de 0,77% em relação à véspera.
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Dólar
Os dados americanos fizeram o dólar subir frente ao real nos primeiros negócios desta quinta-feira. Às 9h53 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,29%, a 5,1639 reais na venda, abandonando estabilidade vista na abertura. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,09%, a 5,1525 reais na venda.
Na sexta-feira, serão divulgados os dados mensais do índice de inflação PCE, que, por ser o preferido do Federal Reserve, pode ter maior impacto nos mercados do que a leitura do PIB.
Os mercados globais viveram uma onda de aversão a risco recentemente, uma vez que dados resilientes dos EUA e falas duras de autoridades do Fed levaram operadores a prever apenas dois cortes de 0,25 ponto percentual nos juros norte-americanos em 2024. Entre o final de 2023 e o início deste ano, os mercados chegaram a apostar em até 1,50 ponto percentual de afrouxamento monetário no período.
“Essa reprecificação que começou (com adiamento de apostas em cortes de juros) de março para junho, agora já está sendo postergada de junho talvez para setembro, mas muita gente já falando até mesmo em dezembro e talvez sinalizações de que essa taxa não seja cortada em 2024”, disse Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
“Então você percebe que são vários cenários e nenhum deles é muito positivo quando a gente pensa no nosso mercado de câmbio.”
Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1492 reais na venda, em alta de 0,40%.
Mercado externo
A queda não se limita à B3. As ações dos Estados Unidos também abriram em forte queda, arrastadas pelas ações de crescimento após os fracos resultados trimestrais da Meta, enquanto os sinais de inflação persistente diminuíram as esperanças de que o Federal Reserve cortará os juros em breve.
O Dow Jones Industrial Average caía 1,06% na abertura, para 38.052,09 pontos. O S&P 500 tinha baixa de 1,02%, para 5.019,88 pontos, enquanto o Nasdaq Composite perdia 2,15%, para 15.375,26 pontos.
(com Reuters)