A falência do Silicon Valley Bank e do First Republic Bank tornou o ano passado o mais tumultuado para o setor bancário desde a crise de 2008. No entanto, o caos não foi sentido por alguns bancos regionais.
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Um exemplo é a City Holding Co., empresa controladora do City National Bank de Virgínia, com US$ 6,2 bilhões (R$ 32 bilhões) em ativos, que lidera a 15ª lista anual dos Melhores Bancos dos Estados Unidos da Forbes. Embora a população da Virgínia Ocidental esteja diminuindo, o CEO Skip Hageboeck vê isso como uma vantagem. Grandes bancos não reinvestem na Virgínia e nas cidades vizinhas. O City National vem aumentando continuamente sua participação de mercado.
Graças ao seu foco principal em bancos de varejo, apenas US$ 894 milhões (R$ 4,5 bilhões) dos US$ 5,1 bilhões (R$ 26 bilhões) (17,5%) dos depósitos não são segurados, de acordo com seu relatório mais recente, em comparação com 41% do total de depósitos em todos os bancos dos EUA. “Temos um dos menores percentuais de depósitos não segurados do setor, então não tivemos nenhum problema”, diz Hageboeck. O desempenho das ações do City National foi destaque entre os pequenos bancos em 2023, com um aumento de 18%.
Para compor a lista, a Forbes analisou os 200 maiores bancos e cooperativas de crédito dos EUA (por ativos) listados publicamente e classificou os 100 melhores com base em 11 métricas que avaliam qualidade de crédito, lucratividade e, pela primeira vez, o desempenho das ações em 52 semanas.
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O City National se classificou entre os 20 primeiros em cinco categorias diferentes, incluindo retorno sobre o patrimônio tangível médio e retorno sobre os ativos médios. Para Hageboeck, que chegou para reestruturar o City em 2001 quando o banco estava enfrentando dificuldades, o segredo foi uma mudança de estratégia para se comprometer com os clientes em seus mercados principais.
Os outros bancos no top 5 da lista são Westamerica Bancorp da Califórnia, International Bancshares Corp. com sede no Texas, Bank First Corp. de Wisconsin e HBT Financial de Illinois. A International Bancshares, controladora do International Bank of Commerce, que possui 166 agências no Texas e Oklahoma, é a maior do grupo, com US$ 15 bilhões (R$ 77 bilhões) em ativos.
JP Morgan
Embora os bancos menores dominem o topo da lista, o JP Morgan, com US$ 3,7 trilhões (R$ 19 trilhões) em ativos, deu um salto significativo, saindo do 70° lugar no ano passado para a 26ª posição. Nas classificações, o ganho de preço das ações de um ano de 48% estava entre os 10 melhores entre todos os bancos, e também estava entre os melhores com um índice de capital baseado em risco de 17,7%, que compara o capital total aos ativos ponderados pelo risco. Os outros três bancos de trilhões de dólares – Bank of America, Citigroup e Wells Fargo – não conseguiram ficar entre os 100 primeiros.
“O JP Morgan nunca tentou reportar lucros enormes em nenhum ano específico. Seja um ano bom ou ruim, eles têm um reinvestimento consistentemente forte na franquia”, diz David Konrad, diretor administrativo da empresa de investimentos KBW. “Às vezes, isso impede o que seria um ano ainda mais forte, mas ao fazer isso por uma década, você tem essa base onde pode constantemente apresentar esses resultados sólidos.”
O recorde do JP Morgan de US$ 89 bilhões (R$ 456 bilhões) em receita líquida de juros em 2023 representou um aumento de 34% em relação aos US$ 66,7 bilhões (R$ 341 bilhões) de 2022. O banco projeta aproximadamente US$ 90 bilhões (R$ 461 bilhões) estáveis em 2024.
Outro benefício para o balanço do JP Morgan foi a aquisição do First Republic Bank e seus US$ 92 bilhões (R$ 471 bilhões) em depósitos por um preço de US$ 10,6 bilhões (R$ 54 bilhões) em um leilão do FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation) em maio passado. O banco relatou que US$ 4,1 bilhões (R$ 21 bilhões) do lucro líquido foram atribuídos à aquisição.
O JP Morgan não é o único banco a se beneficiar das liquidações forçadas do ano passado. O First Citizens Bank, que adquiriu o Silicon Valley Bank, saltou da 87ª posição para a 20ª na lista em relação ao ano passado. A empresa apresentou um retorno médio de 186% em um ano até o dia 18 de março.
Falências
De acordo com a FDIC, cinco bancos faliram em 2023, após dois anos consecutivos sem falências. Os US$ 532 bilhões (R$ 2,7 trilhões) em ativos falidos representaram o maior valor já registrado em um único ano. Considerando que não houve problemas endêmicos de qualidade dos ativos, o setor parece ter emergido com uma saúde financeira relativamente boa. Cerca de 95% dos bancos segurados pela FDIC são lucrativos, e o lucro líquido do setor de US$ 256,9 bilhões (R$ 1,3 trilhão) em 2023 caiu apenas 2,3% em relação ao ano anterior.