A Petrobras (PETR3/PETR4) perdeu R$ 34 bilhões em valor de mercado neste pregão, equivalente ao valor de mercado da Hapvida, após o comunicado de saída do presidente da companhia, Jean Paul Prates, e o anúncio de indicação de um novo nome para o comando. Os investidores estão atentos para a possibilidade de interferência política.
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Após o comunicado, o Citibank afirmou que a saída de Prates é “uma deterioração da governança da Petrobras e um risco negativo para a tese de investimento”. Os especialistas do banco acrescentaram ainda no relatório que Magda Chambriard, ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo (ANP), indicada pelo Ministério de Minas e Energia, chega “pressionada para cumprir o plano de investimentos e acelerar a expansão do Capex, o que pode prejudicar o pagamento de dividendos por parte da empresa”.
De acordo com o analista de ações da Ticket, Gabriel Duarte, Chambriard possui um viés desenvolvimentista, o que pode levar a Petrobras a investir em projetos de expansão. “Se ela optar por adquirir outras empresas, como a Braskem, por exemplo, o nível de endividamento da Petrobras pode subir, limitando o pagamento de dividendos.”
No entanto, o futuro da companhia ainda é incerto e os especialistas apontam que o investidor deve aguardar o posicionamento da nova liderança para saber quais rumos a companhia irá tomar e no que isso implicará. “Ela é uma mulher que entende da área. A principal questão é se ela terá autonomia ou vai fazer tudo que o governo solicitar? Já não estava tão claro com o Prates, mas agora, de certa forma, com a Magda é mais incerto ainda”, diz Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais da GT Capital.
Apesar das incertezas, a petroleira permanece sendo uma boa opção para se ter na carteira de investimentos. E o atual cenário de queda é avaliado pelos especialistas como uma oportunidade. Isso porque a Petrobras é a maior empresa do Brasil e uma das maiores petroleiras do mundo. Ela está sendo beneficiada pelo alto preço do barril de petróleo e sua atual condição financeira é equilibrada, o que favorece a geração de caixa e o pagamento de dividendos. “Faz sentido que o investidor de médio e longo prazo, focado em dividendos, tenha uma posição na Petrobras. Mas é válido lembrar que você será sócio do governo, então poderá sofrer com a intervenção política”, diz Frederico Nobre, especialista da Warren Investimentos.
O BTG Pactual reforçou sua recomendação de compra para os ativos da Petrobras e projeta uma valorização de 13% na ação em dólar, com o preço-alvo de US$ 19.