O Federal Reserve (FED), banco central americano, confirmou as expectativas e manteve os juros americanos inalterados na quarta-feira (1), à medida que a inflação ameircana segue acima do previsto. O banco central dos EUA manteve os Fed Funds, os juros referenciais, na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, onde está desde julho de 2023. Os juros seguem no nível mais alto em duas décadas.
Em outra decisão, o Federal Open Market Committee (Fomc), o Copom americano, aprovou desacelerar a venda de títulos do gigantesco balanço do FED, no que pode ser visto como uma flexibilização gradual da política monetária. Ao decidir manter as taxas, o Fomc observou na declaração pós-reunião que há “falta de mais progressos” para conduzir a inflação à meta de 2%.
“O Comitê não considera apropriado reduzir os juros até que ganhe maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável em direção a 2%”, segundo o comunicado, repetindo as declarações após as reuniões de janeiro e março. A declaração pouco mudou, caracterizando o crescimento econômico como avançando a “um ritmo sólido”, ao mesmo tempo que se registam “fortes” ganhos de emprego e um “baixo” desemprego.
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No balanço, o comité afirmou que a partir de Junho irá reduzir o ritmo de venda de títulos. Em um programa iniciado em junho de 2022, o FED não tem renovado vencimentos mensais de US$ 95 bilhões em títulos do Tesouro e em títulos garantidos por hipotecas. O processo fez o gigantesco balanço do FED encolher para US$ 7,4 trilhões, ou US$ 1,5 trilhão menos do que o seu pico, em meados de 2022.
De acordo com o novo plano, o Fed reduzirá o limite mensal dos títulos do Tesouro de US$ 60 bilhões para US$ 25 bilhões a partir de 1º de junho. Isso colocaria a redução anual nas participações em US$ 300 bilhões, em comparação com os US$ 720 bilhões do início do programa.
Retração da economia
O processo iniciado em 2022 foi uma forma de o FED restringir a oferta de dinheiro para baixar a inflação. O banco central americano reduziu a liquidez do sistema financeiro comprando e detendo grandes quantidades de títulos. A redução pode ser vista como uma ligeira medida de flexibilização.
No entanto, os consumidores continuaram a gastar, aumentando o endividamento e diminuindo os níveis de poupança, à medida que os preços persistentemente elevados corroem as finanças das famílias. Powell citou repetidamente os efeitos perniciosos da inflação, especialmente para aqueles com níveis de rendimento mais baixos.
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Embora os aumentos de preços estejam bem longe do seu pico em meados de 2022, a maioria dos dados até agora em 2024 mostram que a inflação se mantém bem acima da meta anual de 2% do FED. Seu principal indicador mostra a inflação a uma taxa anual de 2,8% quando se excluem os alimentos e a energia, na medida central crítica em que o FED se concentra especialmente como um sinal para tendências de longo prazo.
Ao mesmo tempo, o Produto Interno Bruto cresceu a um ritmo anualizado inferior ao esperado, de 1,6%, no primeiro trimestre, levantando preocupações sobre o potencial de estagflação com inflação elevada e crescimento lento.
Ações disparam
As ações subiram durante a entrevista coletiva de Powell, em que ele descartou a hipótese de o próximo movimento do FED poderia ser um aumento dos juros. As declarações dissiparam as preocupações dos investidores, de que o FED poderia elevar os juros devido à continuidade da inflação. O Índice Dow Jones Industrial estava em alta de 450 pontos, ou 1,2%. O S&P 500 subiu 1%, enquanto o Nasdaq Composite avançou 1,5%.
Os preços das ações subiram quando Powell descartou a probabilidade de um aumento numa conferência de imprensa após a decisão. “Acho improvável que a próxima mudança na taxa básica seja um aumento”, disse ele. “Eu diria que é improvável.”
O rendimento do título referencial de dez anos do Tesouro americano caiu abaixo de 4,6% após os comentários de Powell, aliviando alguns receios dos investidores de que possa voltar a ultrapassar os 5% este ano e restringir a economia.
As principais ações de tecnologia sensíveis ao nível das taxas e ao apetite pelo risco lideraram os ganhos da tarde, com a Microsoft e a Alphabet ganhando mais de 2%. A Amazon avançou 5% após ganhos e receitas melhores do que o esperado no primeiro trimestre, enquanto as Meta Platforms saltaram 4%.
Wall Street sai de um mês de perdas, com o S&P e o Nasdaq registrando perdas de mais de 4% em abril. O Dow caiu 5%, seu pior desempenho mensal desde setembro de 2022.