A Gol anunciou nesta segunda-feira (27) o lançamento de um plano financeiro de cinco anos destinado a permitir à empresa sair da recuperação judicial nos Estados Unidos e melhorar os resultados, processo que pode culminar com queda de margem em 2024 e redução no valor das ações da empresa.
A companhia aérea estimou que a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) deve cair para cerca de 23% este ano, mas em meio a esforços de “melhorias de resultados” esse patamar deve avançar para cerca de 29% em 2025, 30% em 2026 e 34% até 2029. Em 2023, a margem, recorrente foi de 32%.
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“As margens Ebitda serão impulsionadas, em parte, pela implementação de um programa anual de melhoria de resultado de cerca de R$ 1 bilhão, que permitirá à Gol manter uma vantagem competitiva sobre seus pares no custo unitário”, afirmou a empresa sem dar detalhes.
Parte do plano está baseado em um aumento de capital de US$ 1,5 bilhão e refinanciamentos de US$ 2 bilhões em dívida que deverão reduzir a alavancagem da empresa de cerca de 3,7 vezes no final de 2023 para 3,6 vezes em 2025, 2,9 vezes em 2026 e 1,7 vez em 2029.
A Gol anunciou na sexta-feira passada um programa de codeshare com a rival Azul. Gol e Azul são, respectivamente, a segunda e a terceira maiores companhias aéreas do Brasil em receita por passageiro por quilômetro. Cada uma tem cerca de 30% de participação no mercado doméstico, atrás dos 40% da chilena Latam, segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
A companhia aérea não explicou nesta segunda-feira o papel do acordo de codeshare no processo de recuperação de suas operações. A Gol está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde o início deste ano, ampliando um longo grupo de companhias aéreas do Brasil que acabou precisando de proteção da Justiça contra credores.
A Gol afirmou ainda nesta segunda-feira que o plano prevê que a empresa terá 169 aeronaves em sua frota até 2029 ante 141 no final de 2023.