O Ibovespa teve um início de negociações nesta quinta-feira (9) com uma forte queda, enquanto o dólar disparava, em reação à decisão dividida das autoridades do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pela desaceleração do ritmo de corte da taxa básica de juros (Selic). O mercado está preocupado com as mudanças no perfil do colegiado e com o comunicado que informou que os cenários internacional e doméstico estão muito incertos.
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Por volta das 10h30, o Ibovespa registrava uma queda de 1,41%, situando-se em 127.652,33 pontos. O dólar à vista estava em alta de 1,41%, cotado a R$ 5,16 na venda.
Na véspera, o Banco Central decidiu realizar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, reduzindo-a para 10,50% ao ano, interrompendo uma sequência de seis reduções seguidas de meio ponto percentual e abandonando sua indicação sobre o futuro dos juros básicos.
Segundo participantes do mercado, o que mais pesou sobre o apetite por risco foi a divisão na decisão, o que para muitos revela um viés político preocupante.
Conforme o comunicado do Copom, a redução de 0,25 ponto foi apoiada pelo presidente Roberto Campos Neto e pelos diretores Carolina Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato Gomes. Indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ailton de Aquino, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Teixeira votaram por um corte maior, de 0,50 ponto percentual.
Segundo Alfredo Menezes, sócio da gestora Armor Capital, o fato de todos os indicados pelo governo terem votado por uma maior flexibilização monetária “pode passar uma percepção de que o novo BC em janeiro será muito influenciado pelo Poder Executivo”.
No final de 2024, Lula deverá indicar um novo presidente e mais dois diretores ao BC, conforme os mandatos de Roberto Campos Neto e dos diretores Carolina Barros e Otávio Damaso se aproximam do fim.
No cenário corporativo, os investidores acompanham os resultados trimestrais das principais companhias.
A Eletrobras registrou um lucro líquido de R$ 331 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 19% em relação ao ano anterior. Entre janeiro e março, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia totalizou R$ 4,5 bilhões, também 19% inferior ao registrado um ano antes.
A Casas Bahia reduziu seu prejuízo líquido para R$ 261 milhões, ante R$ 297 milhões um ano antes. A companhia aguarda a homologação do plano de recuperação extrajudicial aprovado pela Justiça no mês passado.
Estão previstos os resultados para serem divulgados hoje após o fechamento do Magazine Luiza, Sabesp, Alpargatas, Suzano, JHSF, CPFL Energia e outros.
Exterior
O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou mais do que o esperado na semana passada, à medida que o mercado de trabalho afrouxa cada vez mais. Os pedidos aumentaram em 22 mil na semana encerrada em 4 de maio, para 231 mil em dado com ajuste sazonal, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira.
Economistas consultados pela Reuters previam 215 mil pedidos na última semana. Os pedidos de auxílio-desemprego ficaram em uma faixa de 194 mil a 225 mil durante a maior parte do ano.
Na China, as exportações e importações voltaram a crescer em abril depois de contraírem no mês anterior, sinalizando uma melhora encorajadora na demanda interna e externa à medida que Pequim enfrenta inúmeros desafios em um esforço para sustentar a economia.
Os embarques da China cresceram 1,5% em relação ao ano anterior em termos de valor, mostraram dados da alfândega nesta quinta-feira, em linha com a previsão em uma pesquisa da Reuters com economistas. Eles caíram 7,5% em março, o que marcou a primeira contração desde novembro.
(Com Reuters)